Mai
13
2024

Comando realiza atividade de greve na inauguração do complexo de Atletismo Aída dos Santos, no campus Gragoatá

Parceria entre a UFF e a Prefeitura de Niterói, complexo esportivo foi inaugurado na manhã desta segunda (13). Em fala aos presentes na cerimônia, Comando Local de Greve da Aduff reforçou a importância da luta pela recomposição orçamentária das universidades para que as instituições não dependam de emendas parlamentares, nem fiquem reféns de iniciativas público-privadas

Na manhã desta segunda-feira (13), o Comando Local de Greve da Aduff-SSind e estudantes em greve na Universidade realizaram uma atividade na inauguração do complexo de Atletismo Aída dos Santos, no campus Gragoatá da UFF, em Niterói.

Na cerimônia, que contou com a presença do reitor da Universidade, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, e do prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT), entre outro(a)s convidado(a)s, professores e estudantes pediram apoio ao movimento grevista e o engajamento da população nas mobilizações em defesa da universidade pública. Mais uma vez, a recomposição orçamentária, uma das pautas centrais da greve nacional da Educação Federal, foi evidenciada.

“É preciso garantir recursos públicos para manter as atividades públicas e as instituições públicas de ensino superior. Para garantir as quadras, os laboratórios, as salas de aula e não dependermos de emendas parlamentares, nem ficarmos reféns de parcerias público-privadas, que afetam o controle público e a finalidade pública das instituições de ensino”, destacou o professor Gustavo Gomes, em fala no evento, pelo Comando Local de Greve da Aduff.

Atualmente, a Universidade Federal Fluminense funciona com um déficit orçamentário de 11 milhões de reais mensal e o próprio reitor já admitiu que não há verbas para a manutenção de todas as atividades até o final do ano e que, possivelmente, o orçamento atual só garanta o funcionamento da UFF até agosto ou setembro de 2024.

No espaço, o Comando também fez uma saudação à niteroiense Aída dos Santos, que dá nome ao complexo esportivo, uma das principais figuras do atletismo brasileiro, primeira brasileira finalista em um esporte olímpico e professora voluntária de educação física na UFF, entre 1975 a 1987.

Complexo Esportivo gera questionamentos entre docentes e estudantes

Numa parceria entre a Prefeitura de Niterói e a Universidade Federal Fluminense, o complexo esportivo, localizado no campus do Gragoatá da UFF, em Niterói, foi todo reformado, passando a se chamar Complexo Aída dos Santos. O local será a sede do Grande Prêmio Brasil de Atletismo, a partir do dia 19 de maio.

Mas se as fontes oficiais encaram o projeto como “muito benéfico” para a cidade de Niterói, para futuros atletas, para a universidade e para projetos e trabalhos acadêmicos, também há quem questione e tenha receios de que ele possa significar um avanço e um aprofundamento da privatização na UFF.

“A UFF está falida, o próprio reitor já anunciou, e a prefeitura de Niterói tem muitas parcerias público-privadas em todas as suas secretarias, ainda mais na Secretaria de Esporte e Lazer”, avalia a professora do Instituto de Educação Física, Adriana Penna.

A docente também destaca que a comunidade do IEF nunca foi consultada sobre a parceria e que só foi informada de que o projeto iria acontecer. “Ainda tem todo um processo de descolamento desse projeto com o currículo do Instituto, que não tem como centro a preparação para o desporto de alto rendimento, que é um elemento, mas não é a prioridade para o curso de licenciatura em Educação Física da UFF”, pondera.

De acordo com Juliana Machado, do Diretório Acadêmico de Educação Física da UFF, estudantes do curso têm receio de não conseguirem utilizar a pista de atletismo.

“Nas redes sociais da prefeitura, a gente não consegue ver o Instituto de Educação Física. Quando eles falam da pista, parece que o projeto é único e exclusivo da prefeitura, no máximo mencionam a UFF. O complexo está todo gradeado, com cadeado e chave, e dizem que pistas desse nível exigem um calçado específico, que nós estudantes não temos. Nosso medo é de não conseguir utilizá-lo. Precisamos reivindicar que esse espaço seja nosso, seja do IEF, seja da UFF. A pista também é nossa sala de aula. Enquanto isso, a nossa quadra está caindo aos pedaços”, reforça a estudante.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

Fotos: Luiz Fernando Nabuco

 

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