Abr
24
2024

Estudantes de coletivos indígenas da UFF, Uerj e UFRJ debatem acesso e permanência nas universidades

Em roda de conversa no Gragoatá, participantes destacaram a importância do pluralismo epistêmico, com a presença de autores negros e indígenas como bibliografia obrigatória dos diversos cursos

Dia 18 de abril, véspera do dia dos povos indígenas, aconteceu uma roda de conversa no campus do Gragoatá, reunindo o coletivo de estudantes indígenas da UFF e os integrantes dos coletivos indígenas da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), contando com o apoio da Aduff-SSind. 

De acordo com Mariana Paladino, professora da Faculdade de Educação da UFF, o evento teve como objetivo debater as diversas situações, as dificuldades e os desafios que esses estudantes enfrentam para o acesso e a permanência na universidade. 

"Foi ressaltado o fato de que a Lei 12.711 (conhecida como lei de cotas) não tem garantido a presença de indígenas no ensino superior, pois o ENEM [Exame Nacional do Ensino Médio] apenas valoriza conhecimentos dos setores hegemônicos, não reconhecendo o direito dos povos indígenas a uma educação diferenciada, bilíngue e intercultural, segundo garantido pela Constituição Federal de 1988 e pela LDB [Lei de Diretrizes e Bases]", explicou a docente.

Segundo Mariana, os estudantes apontaram a necessidade de que a UFF e as demais universidades localizadas no Rio de Janeiro avancem em políticas e ações que não se limitem ao olhar eurocêntrico. "Tais ações devem ser voltadas para o pluralismo epistêmico, garantindo a presença de autores negros e indígenas como bibliografia obrigatória dos diversos cursos, bem como a presença de docentes quilombolas e indígenas nas instituições", afirmou.

Conforme Mariana Paladino, a roda de conversa congregou, além dos coletivos, estudantes de diversos cursos e alguns docentes da UFF. "A atividade provocou um grande interesse e ativa participação entre todos os envolvidos", explicou.

Para ela, o evento foi bastante significativo nesse contexto de greve dos servidores técnicos, dos estudantes e dos docentes. "Foi uma maneira de visibilizar a presença dos corpos indígenas na universidade e promover uma universidade mais plural e justa", considerou Mariana.

Da Redação da Aduff
Foto: Arquivo do coletivo de estudantes indígenas da UFF

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