Abr
22
2024

Professores dos campi fora da sede falam sobre a deflagração da greve no dia 29 e da assembleia que deliberou posicionamento da categoria

Descentralizada, simultânea e presencial, a assembleia do dia 18 de abril, que aprovou entrada da UFF na greve nacional de docentes, reuniu mais de 400 professoras e professores em sete cidades e campi da universidade

Professores dos campi fora da sede falam sobre a deflagração da greve no dia 29 e da assembleia que deliberou posicionamento da categoria / Arquivo Pessoal

Por 239 x 138, as e os professores(as) da Universidade Federal Fluminense, reunidos em assembleia geral descentralizada e simultânea, aprovaram a deflagração da greve na Universidade no dia 29 de abril, aderindo ao movimento paredista nacional, iniciado pelo Andes-SN no dia 15 de abril.

A assembleia, que contou com participação expressiva das e dos docentes da UFF fora de sede, com mesas instaladas em Rio das Ostras, Nova Friburgo, Santo Antônio de Pádua, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda e Angra dos Reis, além da mesa central em Niterói, entra para a história como uma das maiores do seu formato.

Para a professora da UFF de Rio das Ostras, Elizabeth Barbosa, a categoria reafirmou, mais uma vez, a importância da Aduff-SSind fortalecer, cada vez mais, as assembleias descentralizadas e simultâneas.

“Acho que temos avançado muito nas dificuldades internas que cada campus tem, em relação à internet, ao espaço. A assembleia apontou esse amadurecimento, com uma participação muito maior dos campi fora de sede, dando essa possibilidade de uma reunião coletiva das e dos docentes dessa universidade, para pensar juntos na conjuntura atual e na perspectiva da nossa construção da greve”, destaca.

A docente que já integrou a diretoria da Aduff-SSind e do Andes-SN também ressalta a importância da adesão das e dos docentes das UFF na greve nacional. Para ela, a aprovação da greve com um número expressivo de votantes e com participação significativa dos campi fora da sede, é motivo de comemoração. 

“É um ganho muito grande da luta, não só interna da nossa universidade, mas para a luta nacional da Educação Federal e do que a gente acredita e defende para a Educação Pública. Por recomposição orçamentária das nossas universidades, por valorização de seus trabalhadores e na defesa de uma universidade que seja um espaço realmente transformador, de qualidade”, reitera.

Professor da UFF de Santo Antônio de Pádua, Leonardo Campos também reforça a relevância da metodologia da assembleia utilizada pela Aduff, que dá mais acesso aos professores dos campi fora da sede aos debates e deliberações da categoria. “A assembleia descentralizada e simultânea é de extrema relevância porque aproxima os servidores do sindicato e facilita o entendimento das pautas, possibilitando uma participação mais efetiva, principalmente, para nós, de Pádua, que estamos bastante distantes da sede”, diz.

De acordo com o docente, a deflagração da greve docente para o dia 29 de abril, na UFF, reflete o amadurecimento e unidade da luta na Universidade, entre técnicos (as), docentes e dos próprios estudantes. Ele reitera que a pauta da categoria foi protocolada há mais de um ano e que as negociações com o governo, para além da demora no agendamento das reuniões, foram marcadas pela não apresentação de propostas efetivas para os servidores e servidoras.

“Nossas reivindicações, não só de reajuste salarial, mas também das pautas não financeiras tem sido sistematicamente ignoradas pelo governo. São muitos anos de defasagem salarial, que vai erodindo a nossa capacidade de poder de compra, e de corte no orçamento das universidades. Agora a negociação vai se dar a partir da greve. Até porque o governo vem mostrando, didaticamente, que tanto a pauta dos técnicos quanto a dos docentes só são colocadas à mesa quando há mobilização de greve”, finaliza.

Para as e os docentes que compõem o Comando de Greve da UFF em Campos dos Goytacazes, na assembleia do dia 18 de abril, "as unidades de interior mostraram a sua força. Foi possível avaliar que a situação nos campi fora de sede da UFF exige maior investimento em infraestrutura, para que as condições de trabalho e estudo dignas sejam garantidas e para que o projeto de universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, seja efetivado em sua máxima potência”, afirmaram em nota enviada à imprensa da Aduff.

Para estes e estas docentes, o engajamento e a atuação dos e das estudantes, no caso de Campos dos Goytacazes, também merecem destaque, “porque revelam como a deflagração da greve não se limita à questão salarial. Ao contrário, as pautas estudantis se conjugam aos desafios para a recomposição orçamentárias das Instituições federais de ensino superior”.

Na avaliação do Comando de Greve da UFF Campos, ao deliberar pela adesão à greve a partir do dia 29/04, a UFF reitera seu compromisso com a valorização da educação pública e para a constante mobilização da comunidade acadêmica. “A análise da situação local contribuiu para a compreensão global de que o movimento de greve é importante para que retrocessos sejam barrados e corrigidos, avanços sejam garantidos, assim como a democracia siga sendo defendida e fortalecida no país. Trata-se de um instrumento histórico de luta que viabiliza a disputa política na direção das conquistas sociais e garante o diálogo com a sociedade e governo”, reiteraram.

A professora Elizabeth Barbosa ainda chama atenção para o fato de a UFF ter sido a primeira universidade no Rio de Janeiro a aderir à greve nacional. “A importância dessa aprovação não repercute só no Estado do Rio de Janeiro, fortalecendo e chamando outras universidades para entrarem nesta luta, como nacionalmente também. Nossa seção sindical tem um lugar muito importante na defesa da Educação Pública dentro do nosso Sindicato Nacional. É a reafirmação da luta coletiva pela Universidade pública, que não é só de ativos, mas também dos aposentados e aposentadas, como bem lembrou a professora Sônia Lúcio, na assembleia”, finalizou.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

Professores dos campi fora da sede falam sobre a deflagração da greve no dia 29 e da assembleia que deliberou posicionamento da categoria / Arquivo Pessoal

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