A negociação entre o governo e os trabalhadores do serviço público federal se arrasta desde julho do ano passado, quando ocorreu o primeiro encontro da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) entre o governo e o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), do qual o Andes-SN faz parte.
De lá para cá, pouco se avançou. Mesmo com a realização de 5 outras mesas permanentes ( a última aconteceu em 28 de fevereiro de 2024), o governo segue sem apresentar uma resposta concreta à reivindicação das entidades representativas de reajuste salarial ainda em 2024 e de equiparação dos benefícios com os demais poderes.
Apesar da sinalização positiva inicial do governo, também não houve avanços sobre o "revogaço" das medidas do governo Bolsonaro que atacam os serviço, servidoras e servidores públicos.
Na última contraproposta, apresentada aos servidores federais no final de 2023, o governo Lula sinalizou com 0% de reajuste salarial para 2024, e de 9% parcelado para os dois anos seguintes, sendo 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026. Em relação aos benefícios, propôs um reajuste no auxílio alimentação e creche que não contempla aposentados e pensionistas e aumento no auxílio-saúde de R$144 para R$215.
Na principal instância de deliberação da categoria, realizada no dia 25 de janeiro deste ano, docentes da UFF criticaram a proposta “insuficiente e desrespeitosa” do governo federal e rejeitaram a proposta, reafirmando a importância de manter a unidade com servidores públicos para avançar nas negociações da Campanha Salarial Unificada.
Na contraproposta apresentada pelo Fonasefe ao governo, o conjunto dos servidores públicos federais defende reajuste salarial de 7,06% anual em 2024, 2025 e 2026 para o grupo 2 (da qual faz parte a categoria docente) e a equiparação dos benefícios com os demais poderes. Veja abaixo os cards explicativos produzidos pelo Fonasefe.
A entidade reforça a necessidade de intensificar as lutas frente a tamanho desrespeito do governo com os servidores e servidoras e o apoio às categorias que já estão em greve ou em estado de greve.
A Educação federal também defende a intensificação da mobilização conjunta. Reunidos em Brasília, no dia 14 de março, representantes do ANDES-SN, da Fasubra e do Sinasefe indicaram a importância de fortalecer as atividades unificadas da Educação Federal. A sugestão é que se multipliquem os debates conjuntos nos locais de trabalho, preparando uma Plenária Nacional da Educação Federal, na primeira quinzena de abril.
Da Redação da Aduff, por Lara Abib, com informações do Fonasefe