O dia de mobilização com paralisação na rede municipal pública de Ensino de Niterói começou cedo, nesta terça-feira, 5 de março de 2024. Por volta das 7 horas da manhã, servidoras e servidores se reuniram em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro. De lá, saíram em passeata, percorreram toda a Avenida Amaral Peixoto, interrompendo a metade da via, e se dirigiram para o campus da UFF no Gragoatá, onde aconteceria uma assembleia.
A movimentação dialoga com a semana em que se celebra o Dia Internacional das Mulheres, em 8 de março: "A defesa da Educação Pública e da valorização das profissionais educadoras são lutas feministas", diz a convocação das manifestações, divulgada pelo Sepe-Niterói, que pede apoio da população e de demais educadores. A Diretoria da Aduff apoia essa luta.
O movimento traz na pauta a defesa da reversão do quadro de falta de vagas para crianças nas escolas: segundo o sindicato da categoria, pelo menos duas mil crianças estão sem vaga na rede. O movimento defende ainda a criação de cargos para convocação via concursos e a expansão adequada da educação integral, com o fim da superlotação de turmas. "Superlotação que precariza o trabalho de uma categoria majoritariamente feminina", diz trecho da convocação divulgada pelo Sepe-Niterói, regional do sindicato da categoria.
O dia de mobilização, que reivindica ainda a reposição das perdas salariais e atualização do plano de cargos, também lutará por uma alimentação escolar saudável e valorização das Cozinheiras Escolares, assim como o fim da terceirização e a convocação de concurso público para todos os setores. "Terceirizar é precarizar o trabalho de uma maioria de mulheres negras!", afirma o sindicato, que ressalta: "Valorizar a categoria é valorizar mulheres!".
Já a Secretaria Municipal de Educação divulgou comunicado no que diz manter o diálogo com a categoria, negou haver superlotação de salas de aula, que a rede já se encontra em processo de expansão e que vem convocando concursados.
Na avaliação do Sepe-Niterói, porém, a falta de vagas é uma realidade, as medidas têm sido insuficientes e o retrato traçado pela secretaria não corresponde ao que se vive hoje nas escolas municipais de Niterói. As negociações, iniciadas no ano passado a partir de uma greve no aniversário da cidade, não tiveram avanços. Além disso, afirmam que agora ainda enfrentam ameaça de terceirização dos cargos de funcionários.
Plenária da Educação
A defesa da Educação pública terá ainda, nesta semana, uma Plenária na qual se pretende reunir os diversos segmentos que atuam na área no Estado do Rio de Janeiro. Será na quinta-feira (7), a partir das 18 horas, presencialmente no auditório do Sepe-RJ, na rua Evaristo da Veiga 55, 7o andar, no Centro do Rio.
A Regional Rio do Andes-Sindicato Nacional participa da convocação da atividade, que terá como pauta a "Construção da unidade entre os setores da educação e movimento estudantil". A Aduff participará e convida a categoria docente a comparecer e ajudar a construir essa frente em defesa da educação pública.
8 de Março
Já na sexta-feira (8), Dia Internacional das Mulheres, a principal manifestação conjunta será no Centro do Rio, com concentração a partir das 16 horas, na Candelária.
Em Niterói, o movimento terá como ponto de encontro, a partir das 15 horas, a Praça Araribóia, na Estação das Barcas. Haverá uma oficina de preparação de cartazes para a manifestação, com ida conjunta ao ato no Rio.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho
