Diante da situação das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), das condições de trabalho da categoria docente e do não avanço na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), o 42º Congresso do Andes-SN deliberou pela construção de greve.
Na terceira rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente, ocorrida na quarta-feira, 28 de fevereiro, o governo manteve a decisão de impor o reajuste zero em 2024 e não atendeu às pautas não remuneratórias (entre elas, a revogação do Novo Ensino Médio).
As reivindicações dos servidores foram entregues ao Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos há mais de sete meses, em meados do ano passado. A inexistência de avanços na negociação - cujo quadro se repete na mesa específica que trata da reestruturação das Carreiras - foi um dos fatores que contribuíram para que a maioria dos delegados e delegadas ao 42º Congresso do Andes-SN deliberasse pela construção da greve.
De todo modo, essa construção já vinha sendo sinalizada diante da não recomposição orçamentária das universidades e institutos, do não atendimento até mesmo das pautas não-financeiras e de uma política fiscal que impede a valorização dos serviços públicos e das políticas sociais.
A Mesa de Negociação, no que pese a sua importância político-sindical, vem sendo apontada como um espaço de 'enrolação', desrespeito com os servidores e negação do que é uma negociação.
Busca da unidade
A resolução, aprovada na plenária que tratou do Plano de Lutas das instituições federais de ensino, na quarta-feira (28), aponta ainda para o fortalecimento da unidade com outros setores do funcionalismo. Diz o texto:
“Dar continuidade ao trabalho de unidade de ação com os(as) demais servidores(as) públicos(as) federais, visando fortalecer as Campanhas Salariais de 2024 e 2025, intensificando a mobilização de base, na construção de greve do Andes-SN e do setor da educação no primeiro semestre de 2024, tendo como horizonte a construção de uma greve unificada no funcionalismo público federal em 2024”.
O encaminhamento foi aprovado tendo-se a avaliação de que é uma greve necessária por que não haverá avanços nem mudança na política do governo Lula para o setor sem uma forte pressão da categoria.
Participação
Com a decisão, inicia-se um processo de construção do movimento que poderá levar à greve, caso não haja recuo por parte do governo. Assembleias, reuniões setoriais nacionais do Andes-SN e atividades de luta serão convocadas para deliberar sobre o indicativo de greve e fortalecer a campanha salarial.
A ideia, mais uma vez, é buscar a ampla participação do conjunto da categoria - construindo e decidindo cada passo dessa luta. Sabendo-se que é isso, esse envolvimento e essa movimentação coletiva, que será capaz de assegurar uma greve e campanha vitoriosa para as pautas da categoria docente, da Educação e dos demais setores dos serviços públicos.
Da Redação da Aduff