Out
11
2023

Mobilização pela ampliação da assistência estudantil e do quadro de docente nas universidades levam estudantes à greve

Estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), na Bahia, estão em greve desde o dia 6 de outubro; na Universidade de São Paulo (USP), paralisação estudantil foi iniciada no dia 21 de setembro

Demandas pela ampliação de recursos para as instituições de ensino superior vem sendo exaustivamente discutidas também pela categoria docente, em todo o Brasil, com a defesa da recomposição orçamentária das universidades, da recomposição salarial dos trabalhadores do serviço público e pela abertura de novos concursos nas instituições de ensino.

Em documento, o Andes-SN expressou apoio à greve das e dos estudantes e reafirmou seu compromisso histórico na defesa de uma educação ancorada em valores democráticos que perpassam, dentre outras questões, pelos investimentos públicos indispensáveis ao pleno funcionamento das universidades.

As e os estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), na Bahia, deflagraram greve na última sexta-feira (6). O movimento reivindica a reposição por convocação e concurso de todo quadro efetivo de docentes; a reformulação e reajuste imediato do "Mais Futuro"; a ampliação da permanência estudantil, através do 1% da Receita Líquida de Impostos (RLI) e a recomposição e a ampliação do orçamento universitário para 7% da RLI.

O movimento se alinha ao começado pelos estudantes na Universidade de São Paulo (USP), que entraram em greve no dia 21 de setembro, reivindicando a contratação de docentes e a implantação de mudanças no Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE), como o fim do teto de concessão de bolsas e o aumento no valor dos benefícios.

Desde então, o movimento segue crescendo, conquistando avanços no diálogo com a Reitoria e ganhando adesão e apoios. As e os docentes da USP chegaram a paralisar suas atividades de 26 de setembro a 10 de outubro, em apoio à reivindicação e ao movimento dos estudantes.

Na última reunião entre movimento estudantil e Reitoria da USP, a Administração da Universidade propôs a contratação imediata de mais 148 professores, a revisão de bolsas de auxílio permanência, a criação de uma comissão para discutir o acesso indígena na USP, a criação de uma creche na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), e a garantia de fornecimento de refeições em todos os restaurantes universitários. A USP já havia anunciado a contratação de 879 professores.

Entre 2014 e 2022, o número de professores na universidade caiu de 6.090 para 5.151, segundo dados do Anuário da instituição. Com isso, cursos como o de Letras, na FFLCH, têm enfrentado dificuldades para oferecer algumas disciplinas.

“É imperativo que a Reitoria da USP leve em conta as legítimas demandas da comunidade estudantil, que vivencia diariamente os efeitos dessa carência nas salas de aula. Essas demandas não podem ser ignoradas em favor de outros interesses, como concursos públicos altamente competitivos e meritocráticos para contratação de docentes, privilegiando unidades que historicamente já gozam de vantagens em seus quadros docentes, em detrimento de outros cursos com maior carência de professores(as)”, diz a nota do Andes-SN.

“A qualidade na educação superior depende de um corpo docente suficiente e qualificado, o que requer a recomposição do quadro docente, a criação de novas vagas e a reabertura de concursos, todas pautas historicamente defendidas pelo Sindicato Nacional no âmbito das Instituições de Ensino Superior (IES)”, afirma, em documento. 

Da Redação da Aduff com informações de Andes-SN e Brasil de Fato

 

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