Out
09
2023

Seminário Nacional discutiu situação de Hospitais Universitários no país com gestão da Ebserh

Andes participou do evento, realizado em Brasíia, no início do mês. Debates estão no Youtube e podem ser assistidos na íntegra

 

Organizado pela Frente Única em Defesa dos Hospitais Universitários e Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), o Seminário teve como objetivo debater a atuação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), os desafios enfrentados pelos Hospitais Universitários e a defesa intransigente da vida, da autonomia universitária e da qualidade de serviços prestados à sociedade.

A atividade, realizada nos dias 2 e 3 de outubro, contou com o apoio do Andes-SN e da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), seção sindical do Andes-SN e com a participação, entre outros convidados e debatedores, do professor de Medicina da Universidade Federal Fluminense, Wladimir Tadeu Baptista Soare, e servidor do HUAP.

Veja os links para assistir às mesas de debate:

- Em defesa dos Hospitais Universitários, do SUS, do Regime Jurídico Único e Contra a EBSERH  https://youtu.be/E6LsbnULHvY

- Os efeitos da Gestão da EBSERH sobre os trabalhadores e estudantes https://youtu.be/fR-GerirH0k

- Educação como mercadoria: a conta que não bate” e “Impacto dos Gastos com Saúde https://youtu.be/AO1F9r7zszM 

Ebserh na UFF

O Hospital Universitário Antonio Pedro, da UFF, aderiu à Ebserh em 2016, numa reunião do Conselho Universitário realizada fora da universidade - sob bombas de gás e spray de pimentas. De lá para cá, trabalhadores e estudantes denunciam a perda de autonomia universitária e o caráter privatista da empresa, que interfere no acesso de usuários do SUS ao Huap.

Para Claudia March, professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFF, os anos de contratualização do HUAP com a Ebserh são marcados pelo flagrante ataque à autonomia universitária e pela precarização do trabalho e da terceirização.

“Não significou novos investimentos públicos, nem a ampliação de leitos e do acesso dos usuários do SUS. A melhora no faturamento não significa melhora no atendimento e no ensino. É essa visão empresarial que a gente quer refutar. Não há ampliação de leitos, mas maior rotatividade – o que garante maior lucro aos hospitais”, destacou em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Niterói, em 2021, para debater a gestão da Ebserh no HUAP.

Wladimir Tadeu Baptista também participou da audiência, à época, e afirmou que ao contratualizar com a Ebserh, o Antonio Pedro deixou de ser um hospital escola e virou uma “filial Ebserh” – que não quer ter gasto em assistência em saúde e educação. Ele também citou o assédio moral aos trabalhadores como uma “política nacional” da empresa e reforçou que os estudantes das UFF perderam espaço no hospital, com o fechamento de leitos e especialidades.

“Os hospitais universitários, como hospitais escolas, eles não têm que ter lucro porque são bens sociais globais e são deficitários por natureza. São deficitários porque prestam serviço universal, integral e equitativo para todas as pessoas que precisarem dessas instituições. Então o ‘prejuízo’ econômico se traduz em lucro social. É esse lucro social que o hospital universitário não promove mais. Basta perguntar aos alunos, se eles estão tendo um bom aprendizado prático nesse hospital. Esse hospital, em termos do que ele já foi um dia, ele é uma vergonha. Ele simplesmente não existe como hospital escola”, denunciou o médico e servidor, à época.

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