Olá, professores e professoras da UFF ,

Convidamos você, docente aposentada/o e os/as que desejam se aposentar para um encontro no dia 20 de outubro, às 14.30 horas, na sede da ADUFF, para trocar experiências e formular/aprimorar nossas propostas sobre os assuntos de aposentadoria.

Compreendemos que no interior do ANDES-SN o debate sobre aposentadoria sempre foi, corretamente, tratado como tema não restrito às/aos já aposentadas/os. O tempo da aposentadoria deveria servir para o proveito da vida, de dias de tempos mais livres para uma vida em que decidamos o que queremos fazer, como queremos viver uma vida mais plena e humana. Não só por isso, mas também porque a luta pela aposentadoria, no futuro, deve se dar no presente, o tema sempre foi motivado entre o conjunto da categoria.

A separação dos tempos e espaços de vida controlados por um empregador, por jornadas de trabalho e a noção de aposentadoria como privilégios são expressões do trabalho e da vida alienadas que nos são impostas pela sociedade movida pela lógica do lucro. Precisamos voltar a pensar que a vida não pode ser considerada ativa somente quando estamos no trabalho. Queremos conquistar o direito a uma vida com alegrias, tempos de descanso e de prazer de fazer o que nos faz felizes, para além do trabalho.

As lutas solidárias das porções da classe trabalhadora em atividade laboral e as outras porções já em aposentadoria são absolutamente contínuas e articuladas e, também por isto, devem ser solidárias. Mas para isso se faz necessário ter o direito à aposentadoria digna.

O que vivemos hoje, após tantas contrarreformas e retiradas de direitos, é o não direito à aposentadoria digna. O fim da paridade entre ‘ativos’ e ‘aposentados’, as diferentes contrarreformas da previdência que ampliaram o tempo de trabalho, reduziram a totalidade dos vencimentos e instituíram o teto do Regime Geral e o FUNPRESP e seus correspondentes nos estados e municípios para os/as/docentes. Assim como as alterações na carreira docente, em especial das instituições federais de ensino, sem transposição, tem imposto aos já aposentados uma vida com dificuldades, endividamentos e até precariedade. Vale registrar, para que não se esqueça, que a pessoa que se aposentou no último degrau da carreira, quando vários outros degraus foram agregados a esta carreira, não teve o direito de realizar transposição para estar exatamente no degrau correspondente àquele do momento de sua aposentadoria.

As medidas das três grandes Emendas Constitucionais dos diferentes governos tornam a aposentadoria pública mais difícil de ser alcançada, mais desvalorizada e restritiva em valores para prover condições de vida dignas. Desta forma, empurram trabalhadoras e trabalhadores para os muito inseguros planos de “previdência complementar”, que estão baseados em investimentos financeiros de alto risco e com baixa remuneração para o momento da aposentadoria. Assim, o tempo que deveria ser de usufruto tem se tornado tempos de anseios, dependência de filhos/as/ e, até mesmo, de busca de mais trabalho remunerado.

Neste sentido, é urgente fortalecer e restabelecer as campanhas como o Andes-SN realizou ao longo das décadas de 2000 e 2010, contra a filiação da (o)s docentes à FUNPRESP por não ser esta uma previdência. Seu caráter não-previdenciário e de investimento de risco foi, mais uma vez comprovado, pela denúncia na grande imprensa de perdas sofridas quando da quebra das Lojas Americanas, um dos locus de investimento do fundo de pensão.

No âmbito dos direitos previdenciários, firmamos nossos compromissos com:

• a luta pelo fim da contribuição previdenciária de aposentados/as e pensionistas;

• a exigência de informações precisas do governo sobre o atual estágio de transferência das aposentadorias e pensões e dos assuntos de aposentadoria para o INSS;

• a exigência para que o Estado brasileiro assegure o sigilo dos dados de docentes e a sua proibição de compartilhamento com Bancos, Fundos de Investimentos, Planos de Saúde e Fundos de Pensão que nos assediam – por e-mails, telefonemas e outros mecanismos – com a venda destes produtos, baseados sempre em informações intimidatórias;

• a revogação da EC 103/19 que - pela modificação dos direitos de aposentadoria e pensões – contribuirá fortemente para a deformação da universidade e institutos federais e CEFET pelo desincentivo ao exercício da docência e pesquisa públicas.

Assim, convocamos você docente aposentada/o e os/as que desejam se aposentar, a estar conosco para o debate dessas questões e para comemoramos os 45 anos da fundação da nossa ADUFF. Além de uma roda de conversa entre nós, teremos também um pequeno lanche e a audição do coral dos colegas da Associação dos Professores Inativos da Universidade Federal Fluminense (ASPI-UFF). Pedimos que confirmem presença até o dia 19/10, pelo e-mail aduff @aduff. org.br. Em caso de dificuldade de locomoção, entrem em contato com a ADUFF.

Contamos com você para um abraço, para trocar memórias sobre as lutas da nossa seção sindical e para nos mobilizarmos para as lutas que virão

Saudações

Diretoria da Aduff

Grupo de Trabalho em Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA)