Out
04
2023

Articulação e unidade de servidores públicos garante ato cheio no Rio, em dia de mobilização com paralisações

Em defesa da Educação e dos serviços públicos, professores da UFF paralisaram por 24h na terça (03) e participaram da manifestação unificada no centro do Rio. Atividades integram jornada de luta que começou na segunda (02) e vai até o sábado (07), quando acontece plenária nacional dos servidores em Brasília, para debater a continuidade da campanha salarial do funcionalismo federal

Professores e professoras da UFF de Niterói e dos campi fora da sede marcaram presença no ato unificado desta terça-feira, 3 de outubro, Dia Nacional de Luta pela Soberania Nacional e em Defesa dos Serviços Públicos. No Rio de Janeiro, o ato, que se concentrou na Candelária e seguiu em passeata até a sede da Petrobrás, teve como mote “A defesa das estatais e dos serviços públicos” e levou milhares para o Centro do Rio.

Nas ruas, trabalhadores e estudantes defenderam a recomposição salarial do funcionalismo público, a negociação de pautas específicas da categoria em mesas setoriais com o governo Lula e o arquivamento da 'reforma' administrativa (PEC 32/2000), além da revogação do “arcabouço fiscal”, mais investimentos em áreas sociais e o fim das privatizações das estatais.

No dia 7 de outubro (sábado), acontece, em Brasília, a plenária nacional dos servidores para debater a continuidade da campanha salarial do funcionalismo federal.

A manifestação desta terça, dia nacional de lutas, também se somou e se solidarizou à greve dos metroviários em São Paulo, contra a proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar as linhas do transporte sobre trilhos e de vender a Sabesp. E à greve estudantil da USP pela contratação de mais docentes na Universidade.  

No ato, a professora da UFF de Volta Redonda e integrante da diretoria da Aduff, Bianca Novaes, destacou a importância do dia de mobilização com paralisações.  “Sem a paralisação é muito mais difícil mobilizar. Um efeito muito positivo da Aduff e de outros sindicatos terem aprovado a paralisação é o tamanho e a presença das e dos trabalhadores neste ato de hoje. Nós, da UFF, estamos vendo a presença de muitos professores, inclusive dos campi fora da sede. Já encontrei diversos colegas de Volta Redondos, o que é sempre gratificante”, disse.

Docentes e técnicos-administrativos da UFF paralisaram por 24h – DCE apoiou!

A paralisação docente por 24h no dia 3, na UFF, foi deliberada em assembleia geral da categoria, no dia 28 de setembro. Técnicos-administrativos também paralisaram e o DCE-UFF apoiou às mobilizações, convocando estudantes a participaram das atividades de mobilização e da manifestação unificada.

Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, universidade que também aprovou paralisação docente no dia 3, Claudio Ribeiro destacou a importância do ato ao reunir, “depois de muito tempo”, diversas categorias dos servidores públicos, na luta para barrar a reforma administrativa e garantir direitos e serviços públicos para a população. 

“Viemos ao ato para mostrar que os servidores públicos nunca compactuaram e não compactuarão com as políticas de privatização. Pelo contrário, nossa luta é para que os direitos e os serviços públicos sejam expandidos. É o início de uma demonstração de força. A gente tem que ter uma crescente para garantir que os direitos públicos sejam resguardados e ampliados, especialmente diante de uma crise econômica, ambiental, uma crise geral de empregabilidade. Cada vez mais os serviços públicos serão demandados pela população”, frizou.

Defesa da Universidade e da Educação Pública
Também no ato, a professora Nazira Camely, da Faculdade de Economia da UFF reforçou a importância de reafirmar sempre, nas ruas e nas lutas, a universidade pública como um patrimônio da sociedade brasileira.

“A universidade pública é um patrimônio nosso, precisamos lutar ainda mais pela sua defesa. Para mim, essa é uma questão central da pauta da soberania. Sem educação não há soberania. Sem educação pública não há formação educacional. Nossa formação e a da sociedade brasileira não pode estar baseada na venda da educação. Isso é central para o desenvolvimento verdadeiro do nosso país enquanto nação e para a democracia”, disse a docente.

A estudante da UFF, Brenda Minghelli, concorda. Coordenadora geral do DCE-Fernando Santa Cruz, ela reitera o apoio da entidade à paralisação dos servidores e docentes da UFF e reforça que a luta pelo investimento na Educação, pela revogação do arcabouço fiscal e contra a reforma administrativa também é uma luta dos estudantes.

“Essas políticas só sucateiam ainda mais os serviços públicos e ferem a dignidade dos trabalhadores. Nos últimos anos, na verdade nas últimas décadas, nós estudantes - e a comunidade universitária como um todo - lutamos contra os cortes orçamentários na Educação e nos serviços públicos, o que fez com que a gente fosse extremamente atacado durante o governo Bolsonaro. Hoje nós temos um dos menores orçamentos por ano na UFF. Isso afeta docentes, servidores e estudantes. Enquanto mais de 50% do orçamento do país vai para os bolsos de empresários, banqueiros e reis do agroenegócio, menos de 3% é investido em Educação. Ricos ficam mais ricos e os estudantes seguem sem bolsas e sem políticas de permanência estudantil, colocando e risco nossa formação e o funcionamento da nossa universidade. Esperamos que essa seja um começo de  jornada de lutas para que a UFF siga de pé”, finalizou.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

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