Set
30
2023

Aduff chama docentes à semana de luta, em resposta à ameaça de volta dos salários congelados e da PEC-32

Servidores querem fazer desta primeira semana de outubro, que terá paralisação por 24h na terça (3), a mais forte da campanha salarial. E assim impulsionar o movimento para pressionar o governo a rever as suas posições na mesa de negociação e a dialogar de fato com as entidades sindicais 

Servidores, entre eles docentes da UFF e dirigentes da Aduff, durante manifestação em defesa da Educação em agosto Servidores, entre eles docentes da UFF e dirigentes da Aduff, durante manifestação em defesa da Educação em agosto / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Da Redação da Aduff

Convocada pelas entidades sindicais da categoria, as servidoras e os servidores públicos iniciam, na segunda-feira (2), a mais articulada semana nacional de mobilização desde o início da campanha salarial. 

A categoria luta, entre outras pautas, para recompor, a partir da data-base de 2024, mesmo que de forma parcelada, as perdas salariais acumuladas após sete anos de congelamento salarial imposto pelos governos Temer e Bolsonaro. 

Na proposta protocolada no início da campanha no Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, pede-se que o valor real de compra dos salários seja restabelecido ao patamar que tinham 13 anos atrás, em 2010, último ano da segunda gestão do governo Lula.

Parar por 24h

A semana terá, no dia 3 de outubro de 2023, terça-feira, a primeira paralisação nacional conjunta convocada desde a posse do governo Lula, no dia 1o de janeiro. A paralisação de 24 horas unirá servidores e trabalhadores de estatais na defesa dos serviços públicos e contra a ameaça das privatizações, no dia em que a Petrobrás, maior estatal do país, completará 70 anos.

Docentes da UFF aprovaram em assembleia aderir à paralisação do dia 3 - clicar aqui para ver
Candelária, 16h: Ato no Rio dia 3 unirá servidores e trabalhadores de estatais

Entre as reivindicações destacadas para esta jornada, uma é básica e pressuposto para qualquer negociação: os sindicatos querem que o governo dê continuidade, como prometido, às reuniões com os servidores em torno da pauta salarial. Querem ainda que a mesa de negociação seja um lugar de diálogo real e aberto a avanços. Hoje, muitas entidades sindicais avaliam que sobra propaganda de intenções e faltam resultados práticos.

A semana de mobilização começará sem que o governo tenha sequer marcado a data da próxima reunião da mesa geral de negociação permanente, um mês depois de fazer tal promessa, ao final de setembro.

Na última que aconteceu, o representante do Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos disse que estava reservado no orçamento apenas R$ 1,5 bilhão para as pautas com impacto financeiro de todos os servidores em 2024. Convertido em reajuste linear, isso não dá nem para 1% a mais nos contracheques.  

Diante da insatisfação exposta ali mesmo pelos representantes dos sindicatos nacionais, entre eles o Andes-SN, o secretário de Relações do Trabalho, José Lopez Feijóo, prometeu para semana seguinte um cronograma de novas reuniões. Sinalizava, com todas as letras, que as negociações não se esgotavam ali e não estaria descartada eventual mudança para melhor, mesmo que limitada, no orçamento. 

O que os servidores federais do Poder Executivo reivindicam na pauta salarial

Sem datas

Até agora, o calendário de reuniões da mesa não foi comunicado. Tampouco o já parco R$ 1,5 bilhão disponível se confirmou no projeto de lei para o orçamento, levado ao Congresso logo depois — os recursos, se existem, teriam entrado na proposta já 'carimbados'.

É num cenário de crescente descontentamento, ainda mais acentuado pela ameaça de retomada da votação da 'reforma' Administrativa, que o funcionalismo e as suas entidades sindicais iniciam uma semana de mobilização que muitos trabalham para que seja um ponto de inflexão nesta luta.

Há consenso entre as organizações que integram o Fórum das Entidades Sindicais Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) de que é preciso impulsionar a mobilização a um elevado patamar de forças que seja capaz de fazer o governo aceitar discutir os seus planos para o orçamento — balizados pelos tetos e limites ditados pelo novo arcabouço fiscal. 

E, assim, buscar pressionar o governo Lula a seguir as próprias palavras do presidente, que já eleito disse ser inadmissível deixar trabalhadores dos serviços públicos sem a recomposição das fatias salariais engolidas pela inflação. 

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

Servidores, entre eles docentes da UFF e dirigentes da Aduff, durante manifestação em defesa da Educação em agosto Servidores, entre eles docentes da UFF e dirigentes da Aduff, durante manifestação em defesa da Educação em agosto / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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