A Aduff-SSind participará do "IV Encontro Nacional do Andes-SN sobre Carreira EBTT [Ensino Básico, Técnico e Tecnológico]", que ocorrerá neste final de semana, 29 e 30 de setembro de 2023, em Brasília. A seção sindical dos e das docentes da UFF será representada por Maria Cecília Sousa de Castro e Kate Lane de Paiva, respectivamente 1ª vice-presidente (gestão 22-24) e ex-presidente da Aduff (gestão 20-22) - ambas lotadas no Colégio Universitário Geraldo Reis - Coluni/UFF.
O evento deve reunir dezenas de professores e professoras de todo o país para compartilhar experiências e para discutir temas como a conjuntura política; a carreira da educação básica, técnica e tecnológica e do magistério superior; e os impactos do Novo Ensino Médio. As contribuições do encontro serão levadas pelo Andes-SN para as reuniões da mesa específica temporária com o governo federal. Há anos o Sindicato Nacional luta por uma carreira única para todos e todas as docentes.
"É muito importante pensar a carreira EBTT na perspectiva da Carreira Única do Andes-SN, para que a gente não se divida dentro de uma mesma instituição de trabalho, já que todos nós estamos vinculados à Universidade. Além disso, a educação básica tem passado por muitos ataques, especialmente desde o avanço conservador no Brasil", disse Kate Lane de Paiva.
De acordo com ela, entre essas ameaças estão as tentativas de cerceamento à autonomia docente, como propunham os defensores do Escola Sem Partido, que também tentaram impedir debates importantes, a exemplo das questões de gênero e etnicorraciais. "Temos conseguido resistir na perspectiva dessa escola democrática e diversa que queremos construir. O Andes tem tido um papel fundamental nisso, de garantir essa escola popular, democrática e diversa", defende Kate, que é professora de Arte.
Luta pela reestruturação das Carreiras
O encontro, convocado com larga antecedência, calhou de acontecer na véspera do início de uma semana de mobilizações em Brasília e nos estados da campanha salarial. A defesa da reestruturação das carreiras, da recomposição dos salários e dos orçamentos dos serviços públicos e a revogação do Novo Ensino Médio (NEM) integram as pautas da luta salarial.
A jornada foi construída conjuntamente pelo funcionalismo e trabalhadores de estatais e também contesta as privatizações e a política fiscal que restringe recursos para os serviços públicos. A programação inclui paralisação por 24 horas na terça-feira (3) e participação em atos públicos neste dia.
Aprofundar o debate
Para Maria Cecília, o encontro será um momento propício para pensar as especificidades do trabalho EBTT. "Esse encontro também fará uma discussão do Caderno 2 do Andes-SN. Compreendemos a necessidade de aprofundar e atualizar alguns debates. É preciso pautar a carreira nesse governo novo, que a gente tem bastante luta para ser travada", defende a docente.
De acordo com a dirigente da Aduff, o evento será um momento de acumular discussões e conhecer um pouco sobre a realidade de cada estado, enquanto um espaço de trocas e de acolhimento entre docentes, a partir do debate sobre melhores condições de trabalho e de infraestrutura, necessidade de concurso público e a sobrecarga e o adoecimento docente.
"Outro tema central nesse encontro do Andes-SN é o Novo Ensino Médio (NEM), que toca tanto a educação básica quanto o ensino superior. É preciso fazer a discussão como ele reverbera nas Universidades. Vamos levar a nossa realidade no Coluni/UFF e ouvir a dos e das companheiras das outras instituições, para juntos traçarmos esse norte pela revogação do Novo Ensino Médio", lembrou Cecília, professora da educação infantil.
Em acordo com Cecília, Kate Lane reitera a necessidade de aglutinar forças para revogar a medida que considera totalmente antidemocrática e elitista. "Pregam liberdade de escolha [para o estudante durante o NEM], mas não haverá liberdade de escolha porque falta investimento público na escola pública", afirma.
Segundo Kate, outros temas que serão debatidos no evento do Andes-SN envolvem a Base Nacional Comum Curricular - BNCC, que interfere no currículo escolar, e a luta pelo financiamento para a escola pública e para a educação básica dentro das universidades. "O desmonte que as Instituições de Ensino Superior têm sofrido ao longo das últimas décadas atinge ainda mais diretamente os colégios de aplicação e os colégios universitários. Essa divisão da carreira cria o imaginário de que a carreira EBTT é menor, mas nós fazemos pesquisa, ensino e extensão de forma indissociável – o que é o tripé da Universidade", defende. "É importante entender que temos um projeto de educação e de sociedade que está sendo construído ao longo da história do Andes-SN, que visa a construção de uma democracia, de fato, feita por e para o povo trabalhador desse país", complementou a professora.
Da Redação da Aduff
Por Aline Pereira
