Ago
31
2023

Servidores federais levam luta salarial à Praça XV e convidam população a defender os serviços públicos

Aduff e Andes-SN participaram da atividade, realizada no dia seguinte à negociação em que o governo federal informou ter reservado recursos insuficientes até para 1% de reajuste salarial em 2024

 

A professora da UFF Bianca Novaes, diretora da Aduff, participa da atividade na Praça XV, na quarta (30) A professora da UFF Bianca Novaes, diretora da Aduff, participa da atividade na Praça XV, na quarta (30) / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

A Associação dos Docentes da UFF (Aduff-SSind) e o Andes-Sindicato Nacional participaram da atividade da campanha salarial dos servidores públicos federais realizada na Praça XV, ao final da tarde da quarta-feira (30). Também houve ato público em Brasília e atividades em outros estados do país.

No Rio, os manifestantes distribuíram uma carta do Fórum dos Servidores Públicos do Rio aos transeuntes, que se dirigiam para a Estação das Barcas Rio-Niterói. A mensagem defende os serviços públicos prestados à população e critica as políticas fiscais que restringem recursos da saúde, educação e outras áreas públicas — caso do teto de gastos que vigora desde 2017, elaborado pelo então governo Temer, e do novo arcabouço fiscal, recém-aprovado no Congresso Nacional, proposto pelo governo Lula.

'’Uma luta também da população'

"Essa mobilização é importante, agora ela não é importante apenas para os servidores. É preciso que a sociedade abrace também essa luta, que essa luta não seja só encampada, por exemplo, pelo fórum dos servidores, mas por fóruns mais amplos, porque a gente sabe que tudo que atinge o servidor público não atinge só o servidor público", disse, à reportagem, a professora da UFF Bianca Novaes, diretora da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense - seção sindical do Andes-SN.

"É uma luta da população, porque os servidores públicos são aqueles que prestam serviços para a população que mais precisa desses serviços, que só tem acesso a saúde, educação e demais serviços através dos serviços públicos. Então, é preciso que toda a sociedade encampe essa mobilização para a gente poder oferecer o melhor para aqueles que precisam dos nossos serviços", disse a diretora da Aduff, que foi ao ato na Praça XV após participar, no c de uma panfletagem de uma mensagem da seção sindical nas unidades da UFF no Gragoatá, em Niterói.   

A professora Cláudia Piccinini, da direção Regional do Andes-SN no Rio, disse que também é parte da campanha salarial da categoria a defesa da recomposição dos orçamentos dos serviços públicos. "Precisamos avançar nas pautas políticas e sociais também. Sem a recomposição do orçamento da saúde pública, sem a recomposição do orçamento das universidades públicas, dos Cefets, a gente não consegue avançar na garantia do direito à educação [e à saúde] públicas no Brasil", disse à reportagem da Aduff.

Professor aposentado do Colégio Pedro II e diretor do sindicato dos servidores da instituição (Sindscope), Albano Teixeira disse que essa luta enfrenta também um projeto neoliberal que segue sendo implementado no país, que não foi engavetado após a derrota nas urnas de um governo de extrema direita e de perfil ditatorial. "É o projeto do Estado mínimo, que no caso do Brasil foi fechado lá atrás pelo Bresser Pereira em 1995. E todos os governos que vieram depois vão, tijolo por tijolo, plantando esse Estado mínimo para classe trabalhadora, e máximo para os rentistas, para as grandes empresas, para as multinacionais", disse.

Repúdio à proposta salarial

O ato ocorreu no dia seguinte à rodada de negociação com o governo, em Brasília, na qual o Ministério da Gestão disse qual é a previsão orçamentária que será enviada pelo governo ao Congresso para as pautas salariais e de impacto financeira dos servidores: o montante, se aplicado de forma linear, significa um reajuste inferior a 1%.

As entidades sindicais dos servidores repudiaram a proposta e estão convocando as categorias a organizar a reação coletiva por negociações reais e que respeitem os servidores e servidoras públicas federais do país.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho (texto) e Luiz Fernando Nabuco (foto)

 

A professora da UFF Bianca Novaes, diretora da Aduff, participa da atividade na Praça XV, na quarta (30) A professora da UFF Bianca Novaes, diretora da Aduff, participa da atividade na Praça XV, na quarta (30) / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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