O governo federal alegou que sem a aprovação do Novo Arcabouço Fiscal pelo Congresso Nacional não teria como apresentar o que, até uma semana antes, dizia que levaria aos servidores federais na Mesa Nacional de Negociação Permanente.
Com isso, a rodada de negociação salarial realizada na quinta-feira (10) terminou sem que as entidades sindicais nacionais da categoria soubessem com quais números o governo Lula trabalha para a negociação salarial referente à data-base de 2024.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) participou da negociação. Após a reunião, as entidades sindicais defenderam a ampliação da mobilização dos diversos segmentos do funcionalismo para forçar avanços nas negociações. A Aduff convocou reunião do Conselho de Representantes para a segunda-feira (14) e assembleia geral da categoria para a quarta-feira (16).
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À reportagem da Aduff, a ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck, disse que a intenção do governo é manter o diálogo e que as negociações vão prosseguir. Não mencionou os motivos do não cumprimento do que havia sido prometido. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa após a cerimônia de lançamento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que reuniu 20 ministros, 20 governadores e o presidente Lula, no Theatro Municipal, na capital fluminense.
Durante o ato que reuniu estudantes e servidores no Centro do Rio, no mesmo dia, a professora Kênia Miranda disse à reportagem da Aduff que é preciso que as servidoras e servidores se envolvam na construção de uma forte campanha salarial para que haja resultados concretos. "A gente sabe que a negociação com o governo tem sido dura e aquém do que a gente precisa de recomposição de tantos anos de perdas. A gente precisa ocupar as ruas porque efetivamente essa é a força que a gente pode mostrar pra esse governo", disse.
"É um governo que é muito pressionado, por dentro, por fora, e a gente efetivamente precisa estar na rua e cobrar que haja melhores condições de trabalho e carreira nas universidades, pro conjunto da educação pública. Precisamos revogar esses cortes orçamentários, a contra reforma do Ensino Médio e restabelecer a educação no Brasil, que vem sendo atacada, em especial no último governo Bolsonaro, muito fortemente", disse.
A reunião de negociação também tratou de outros temas, como o início das negociações setoriais - que o governo apontou para a primeira semana de setembro.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho
(Com dados do Andes-SN)