Principal instância de deliberação das e dos docentes na UFF, assembleia também empossou Conselho de Representantes da Aduff-SSind, aprovou nota de repúdio aos ataques proferidos por Eduardo Bolsonaro a professores e pautou campanha pela revogação da Portaria Nº 68.553 da UFF, que restringe funcionamento da universidade ao adotar lógica de racionalização de recursos. Luta contra o esvaziamento da UFF e por transparência nas informações relacionadas ao orçamento da Universidade também foram pauta.
Professores e professoras da Universidade Federal Fluminense (UFF) se reuniram na tarde desta terça-feira (11), na sede da Aduff-SSind, para assembleia geral da categoria. Em pauta: 1.Informes; 2.Campanha Salarial 2024 e atividades locais de mobilização; 3.Portaria 68.553/23 da UFF; 4.Deliberações do Caderno de Textos do 66º Conad (Conselho do Andes-SN); 5.Posse do CR Complementar.
Após informes, a diretoria da Aduff-SSind propôs à assembleia a construção de uma nota de repúdio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que proferiu ataques aos professores e professoras, no último domingo (09), ao afirmar que “não tem diferença de uma ‘professor doutrinador’ para um traficante”. A nota, aprovada em assembleia, está em fase final de elaboração e pede a cassação do parlamentar que criminaliza e profere discurso de ódio contra as e os professores brasileiros. Assim que ela for concluída, será divulgada amplamente pela entidade.
Campanha Salarial 2024 e atividades locais de mobilização
No ponto relativo à campanha salarial dos servidores públicos federais, que inclui a construção de uma campanha unitária dos SPF e a participação do Andes-SN na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNP) com o governo, as e os professores presentes na assembleia defenderam que para além das pautas históricas do movimento docente, que já estão incorporadas nas negociações, que o Sindicato Nacional dê destaque à questão dos interstícios de progressão/promoção funcional; à abertura de concursos para a carreira EBTT e aos debates sobre a curricularização da extensão, seja no que tange ao financiamento e à concepção de extensão como uma mercadoria, para venda de serviços.
As negociações das entidades sindicais nacionais representativas das servidoras e servidores públicos federais com o governo Lula foram retomadas nesta terça-feira (11), em Brasília. O Andes-SN participou da reunião integrando o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).
Entre as propostas de atividades locais de mobilização para a campanha salarial, foram sugeridas ações de acolhimento aos docentes no retorno do semestre, a realização de um seminário para discussão das desigualdades salariais no interior da categoria e a construção de ações conjuntas com outros sindicatos da educação, entre outras, sempre dando centralidade à importância da luta em defesa da universidade pública e da recomposição orçamentária para a garantia do funcionamento das instituições federais de ensino.
Portaria 68.553/23, situação orçamentária e defesa da Universidade
A assembleia da categoria docente da UFF também debateu a Portaria 68.553/23, publicada no dia 3 de julho pela Reitoria da Universidade, para “re-ratificar” a Portaria 65.548, de 19 de junho, que apresenta "medidas de racionalização, contenção e monitoramento das despesas da instituição”.
Nos debates sobre o Ato Administrativo, os professores e professoras presentes na assembleia ressaltaram que as alterações na Portaria não alteraram seu caráter que restringe o funcionamento da universidade ao adotar uma lógica de racionalização de recursos, desmobilizando as atividades presenciais e estimulando o funcionamento remoto da UFF.
As e os docentes ainda frisaram que a Portaria 68.553/23, já em vigor, mantém o processo de construção de uma política de gestão antidemocrática da Administração Central da Universidade, já que foi publicada (e depois alterada) sem que houvesse qualquer diálogo com os segmentos da universidade e sem debate no Conselho Universitário, principal órgão deliberativo da instituição.
Em assembleia, a categoria defendeu a construção de uma campanha de revogação da portaria em conjunto com estudantes e técnicos-administrativos. Também encaminhou a ampliação dos debates sobre o orçamento da UFF, com a provocação à Reitoria para garantir a transparência ao acesso às informações relacionadas ao orçamento da instituição.
Professoras e professores ainda frisaram a importância da mobilização do Grupo de Trabalho de Verbas da Aduff na elaboração desta pauta e da necessidade de trazer a população de Niterói e das demais cidades em que a UFF está presente para o debate sobre a importância do funcionamento presencial da universidade.
Deliberações do Caderno de Textos do 66º Conad
Em assembleia geral, as e os professores presentes também referendaram as deliberações indicadas pela delegação da Aduff ao 66º Conad, debatidas em seminário preparatório realizado na segunda-feira (10).
Com organização da Associação de Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg), o 66º Conad acontecerá na cidade de Campina Grande (PB), de 14 a 16 de julho, com o tema "66º Conad do ANDES-SN: Na reorganização da classe com inspiração nas lutas e culturas populares".
O evento também marcará a posse da diretoria eleita em maio deste ano e que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2023/2025.
Posse do CR Complementar
Durante a assembleia, tomaram posse os e as conselheiras eleitas para o Conselho de Representantes da Aduff. A eleição Complementar ocorreu entre os dias 5 e 6 de julho no Instituto de História (Gragoatá), Faculdade de Educação (Gragoatá) e no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (Volta Redonda). Leia mais em: http://aduff.org.br/site/index.php/notocias/noticias-recentes/item/5564-assembleia-da-aduff-chapas-eleitas-para-o-conselho-de-representantes-tomam-posse.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib
