Jul
06
2023

Professora Amélia Cristina Alves Bezerra: "Conselho de Representantes é mediador entre o sindicato e os seus filiados"

Amélia Cristina, candidata ao CR da Aduff na Faculdade de Educação (Niterói), disse à reportagem que o Conselho de Representantes é um articulador entre o sindicato e os seus filiados

Candidata eleita ao Conselho de Representantes (CR) da Aduff pela Faculdade de Educação, a docente Amélia Cristina Alves Bezerra destacou a importância do sindicato como uma referência fundamental de luta dos professores e das professoras da UFF, em conversa com a imprensa da seção sindical. Para ela, o CR é um mediador entre o sindicato e os (as) filiados (as). As eleições ocorreram nos dias 5 e 6 de julho de 2023, com a participação do Instituto de História (Gragoatá), a Faculdade de Educação (Gragoatá) e o Instituto de Ciências Humanas e Sociais (Volta Redonda). Cada unidade possui uma chapa - com titular e suplente - inscrita. 

"O Conselho de Representantes exerce um papel importante enquanto mediador, enquanto articulador entre o sindicato e os seus filiados. Especificamente, no nosso caso, a Faculdade de Educação, também somos articuladores das propostas, da luta e das demandas que estão colocadas no cotidiano de trabalho dos e das professoras", disse Amélia.

Para ela, é fundamental para diminuir o distanciamento entre o sindicato e os seus (suas) filiados (as), sobretudo em uma conjuntura de tantos desafios envolvendo a luta e manutenção de direitos de classe trabalhadora.  

"A luta trabalhista ou a luta dos trabalhadores se ampliou e se complexificou. Ela não é mais só uma luta de classes. É uma luta de classes interpelada pela questão racial, pela questão de gênero. Acho que esse é um dos primeiros pontos. O segundo ponto é essa intensificação da uberização do trabalho e do processo de privatização das instituições públicas, especificamente da educação. Enfrentar esse processo não é algo fácil. Os discursos que a gente traz como propostas no âmbito do sindicato, talvez não deem mais conta. Eu vejo o sindicato ainda precisando muito adequar a luta, mas  também faltam mãos dentro do próprio sindicato. E aí que o Conselho de Representantes ajuda um pouco nessa direção", aponta a docente. 

De acordo com Amélia, a conjuntura é complexa e a luta de classes é interpelada pela questão racial e pela questão de gênero.

A docente também afirma que a cobrança por produtividade no ambiente acadêmico é um outro desafio que reverbera no conjunto de docentes. "Subjetivamente, a Universidade pública foi capturada por um discurso de produtividade, inclusive daqueles que fazem o discurso crítico.  Embora sejamos vinculados uma instância pública, estamos disputando essa existência e reconhecimento em meio a essa produtividade. Essa é uma grande armadilha pra luta, porque alguns de nós estão mais preocupados com a pós-graduação do que com a graduação e, especificamente com a luta de sustentação da universidade. Falo isso como uma professora que faz parte da pós-graduação. Então, não estou falando desse processo e busca pela produtividade fora desse contexto. Mas vejo em alguns colegas uma preocupação maior em ser referência, em produzir, e, claro que precisamos produzir, para estarmos na pós-graduação, mas, nesse processo, a graduação e as lutas no âmbito das condições de trabalho,  muitas vezes, sequer são colocadas como um horizonte. Então, se equilibrar nessa corda que é a questão", considera.

Sindicato: referência histórica de luta

Amélia Cristina argumenta que o sindicato é referência fundamental de formação, de luta e de horizonte de luta. "Mesmo que tenhamos críticas, mesmo que tenhamos reticências com relação a alguns posicionamentos... Isso também faz parte da luta. A dialética e o contraditório. Agora, claro que, ao mesmo tempo, o sindicato tem muitos desafios para poder chegar até esse filiado (a). E talvez a gente precise tornar esse espaço do sindicato, o espaço geográfico, um lugar mais aprazível, um lugar onde a gente vá pra luta, mas vá pro encontro, vá pra tomar um café". 

Foram eleitos os seguintes conselheiros e conselheiras:

Pela Faculdade de Educação: Adriana Barbosa da Silva (Titular) e Amelia Cristina Alves (Suplente) – Chapa Única

Pelo Instituto de História: Renata Vereza (Titular) e Paulo Cruz Terra (Suplente) – Chapa Única

Pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais (Volta Redonda): Alejandra Luisa Magalhães Estevez (Titular) e Bruno Chapadeiro Ribeiro (Suplente) – Chapa Única

Da Redação da Aduff
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho

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