Jun
05
2023

Ato apoia greve e convida população a cobrar do governo estadual respostas à educação pública

Próxima assembleia da categoria acontece nesta terça (06), às 14h, no Circo Voador (Lapa)

Ato apoia greve e convida população a cobrar do governo estadual respostas à educação pública / Sepe-Niterói

Com o objetivo de apoiar e pautar a luta conjunta contra os cortes no orçamento público e a precarização da Educação e dos serviços públicos como um todo, as entidades representativas de diversas categorias do funcionalismo público em Niterói convocaram um ato em apoio à greve da Rede Estadual de Educação do RJ. A manifestação aconteceu na tarde da última sexta-feira (02), na Praça Araribóia.

Presente no ato, a professora da Faculdade de Educação da UFF, Marta G. Maia, destacou a importância de apoiar os colegas da educação básica em todas as lutas. “Eu sou professora aposentada da rede pública na rede básica. Sei bem o que é passar anos e anos, assim como a gente da universidade, sofrendo com governos que desvalorizam nosso trabalho, desmontam a educação. A gente precisa fortalecer a educação nesse país como um todo, desde a educação infantil à pós-graduação”, ressaltou.

Para a docente, a Educação por si só não faz milagres, nem é redentora de nada, mas faz parte de um conjunto de direitos fundamentais. “Com tudo que a gente está passando nesse país pós-Bolsonaro, pós-golpe de Dilma, com um congresso altamente reacionário, a conjuntura realça ainda mais a importância de a gente estar numa luta unificada em favor dos serviços públicos”, disse.

Em greve iniciada no dia 17 de maio, as e os profissionais de Educação das escolas estaduais do Rio de Janeiro reivindicam a implementação do Piso Nacional do Magistério para todos os professores, respeitando o Plano de Carreira da categoria, e a valorização dos funcionários administrativos, acabando com o piso abaixo do salário mínimo. A próxima assembleia da categoria acontece nesta terça (06), às 14h, no Circo Voador (Lapa).

O pior salário para profissionais da Educação no Brasil

“Tentamos negociar com governo Claudio Castro por vários meses antes de entrarmos em greve. O Estado do Rio paga o pior salário para profissionais da Educação no Brasil. E quando paga, ainda paga atrasado, como aconteceu na Páscoa deste ano, com os funcionários terceirizados das escolas. Por falta de dinheiro que não é. O Rio é um dos estados do país que mais arrecadam, ao mesmo tempo que está imerso em casos de desvio de dinheiro público, em funcionários fantasmas. Queremos a garantia do cumprimento do piso nacional para e o piso regional para funcionários de escolas. Convidamos toda a população do estado Rio de Janeiro a se mobilizar e nos ajudar nesta luta”, convidou o professor Luiz Claudio Almeida, que integra a direção do Sepe estadual, durante o ato.

Além das reivindicações econômicas, a categoria também defende a revogação do Novo Ensino Médio (NEM), a convocação de professores que passaram nos concursos de 2013 e 2014, de inspetores de alunos do concurso de 2013 e a abertura de novos concursos para suprir a carência de profissionais nas escolas. 

Presente no ato, a professora aposentada da Rede Estadual, Daysi Oliveira denunciou que o Novo Ensino Médio precariza o currículo escolar e promove “o roubo” de conhecimento científico. “O Novo Ensino Médio tira tempo das disciplinas de Espanhol, de Ciências, de Artes para colocar disciplinas de ‘de olho no futuro’. É uma bagunça! Depois a gente reclama da violência. A desvalorização da educação ajuda no aumento da violência, no aumento do racismo, do machismo. Uma sociedade sem educação é uma sociedade mais brutalizada, mais intolerante”, frizou.

A professora também fez questão de afirmar que a Educação não traz resultados imediatos, que os efeitos demoram um tempo para serem sentidos e que este tempo é precioso e precisa ser valorizado.

“Claudio Castro não quer pagar pela formação dos professores, isso é um desrespeito ao nosso plano de carreira. Quem é que vai querer ficar numa escola pública assim? Isso é uma política de fechamento de escola pública. É esse o futuro! Não dá pra aceitar funcionários de escola ganhando 800 reias. O que eles querem é que só exista escola privada, para quem puder pagar. Para rico, educação de rico. Para pobre, nenhuma educação. Por isso é importante apoiar a luta em defesa da escola pública antes que ela acabe. É importante que as pessoas coloquem nos seus zaps, nas suas redes sociais: Governador pague os professores, pague os funcionários das escolas!”, finalizou Daisy.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

Ato apoia greve e convida população a cobrar do governo estadual respostas à educação pública / Sepe-Niterói

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