No Rio, MST realizou ato em frente à sede do INCRA. Na manhã desta terça (18), o movimento foi recebido pela nova superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro, Maria Lucia Pontes. Defensora pública aposentada, Pontes foi nomeada na segunda-feira (17), Dia Internacional de Luta Camponesa. Na audiência, o MST entregou um documento com as pautas do Movimento.
Com o lema “Contra a fome e a escravidão: por Terra, Democracia e Meio Ambiente!”, as ações da Jornada deste ano têm como objetivo reafirmar o compromisso da luta contra a fome, a escravidão, todas as formas de opressão e violência, trazendo para o centro da luta política a questão do acesso à terra e da Reforma Agrária. A jornada também marca os 27 anos do massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996, no estado do Pará. Na época, a repressão da Polícia Militar contra uma marcha do movimento assassinou 21 trabalhadores rurais e deixou outras 69 pessoas feridas, muitas mutiladas.
Em todo o estado do Rio de Janeiro, 2 mil famílias (em 19 assentamentos e dois acampamentos) aguardam pela reforma agrária para que possam morar e produzir alimentos. No Brasil, são 65 mil famílias vinculadas ao movimento aguardando a distribuição de terras, enquanto outras 35 mil esperam pela regularização de assentamentos.
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo no que se refere ao acesso à terra. Cerca de 1% dos proprietários de terra são donos de quase 50% das propriedades. A concentração de terras se perpetua, desde o período colonial, e continua sendo exercida, sobretudo, por latifundiários e ruralistas.
Segundo os dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2022, os conflitos por terra aumentaram 16,7% no Brasil. Os fazendeiros são os principais responsáveis pelas violências. Ao todo, mais de 180 mil famílias viveram conflitos por terra no país, no ano passado.
Com informações de MST e Brasil de Fato