"Ditadura Nunca Mais". A mensagem estampava a faixa que abria a manifestação que percorreu ruas da Lapa, no Centro do Rio, na manhãa e início da tarde deste sábado, 1° de Abril de 2023.
Nos 59 anos da derrubada de um governo democrático e eleito nas urnas, a manifestação convocada por movimentos sociais e organizações políticas repudiou o Golpe de 1964, que deu aos generais poderes ditatoriais por 21 anos no Brasil.
“Democracia sempre, ditadura nunca mais!” foi o mote das convocatórias para a manifestação, que começou pela manhã, nos Arcos da Lapa.
De lá, o ato caminhou até a sede do antigo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão de repressão do período da Ditadura empresarial-militar e que também serviu à ditadura de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945. Ao contrário do que estava inicialmente previsto, a manifestação não cruzou a tradicional Feira do Lavradio. Os manifestantes alteraram o trajeto para chegar, pouco depois das 11 horas, ao prédio que sediou o Dops no Rio de Janeiro na esquina das ruas da Relação e dos Inválidos.
O local é objeto de uma campanha para que seja transformado num Museu da Verdade e Justiça. Representantes de organizações sociais e políticas, assim como parlamentares da esquerda, se revesaram em discursos em que criticavam os golpistas "de ontem e de hoje". O ato defendeu a preservação da memória, a verdade, justiça e responsabilização dos crimes cometidos pelo regime ditatorial e dos que há pouco tentaram outro golpe - numa referência ao que ocorreu em Brasília no dia 8 de janeiro último.
Tortura não se celebra, golpe se repudia! Em defesa da democracia, ditadura nunca mais, foram aspectos defendidos coletivamente no ato.
A Aduff-SSind esteve representada na manifestação pelo professor Thiago Rodrigues."É muito importante ir às ruas para mostrar para a sociedade brasileira o que foi a Ditadura militar e os efeitos dessa ditadura que continuam até hoje. As práticas da Ditadura militar não foram resumidas ao [período] da Ditadura", observa o diretor da Associação dos Docentes da UFF - Seção Sindical do Andes-SN, lembrando que o regime militar sempre tentou esconder sua face repressiva e autoritária.
Para ele, há um simbolismo ainda maior na data por se dar logo após o fim de um governo que explicitamente foi apologista da Ditadura militar e de torturadores, "pessoas que participaram ou apoiaram a Ditadura e gostariam que ela voltasse" , complementa. "Isso é importante todo ano, mas neste ano se reveste de uma importância maior", ressalta, mencionando não ser coincidência o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao país justamente às vésperas do aniversário do golpe de 1964.
Para ele, há um simbolismo ainda maior na data por se dar logo após o fim de um governo que explicitamente foi apologista da Ditadura militar e de torturadores, "pessoas que participaram ou apoiaram a Ditadura e gostariam que ela voltasse" , complementa. "Isso é importante todo ano, mas neste ano se reveste de uma importância maior", ressalta, mencionando não ser coincidência o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao país justamente às vésperas do aniversário do golpe de 1964.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho