Abr
02
2023

Ato no Rio repudia Ditadura e defende a responsabilização dos golpistas de 'ontem e de hoje'

Manifestação percorreu ruas da Lapa e terminou com ato em frente ao antigo Dops, 

Ato no Centro do Rio, na lapa, no dia 1o de abril, em repúdio à Ditadura nos 59 anos do Golpe de 1964 Ato no Centro do Rio, na lapa, no dia 1o de abril, em repúdio à Ditadura nos 59 anos do Golpe de 1964 / Elisângela Leite/Sintuff - gentilmente cedida para publicação
"Ditadura Nunca Mais". A mensagem estampava a faixa que abria a manifestação que percorreu ruas da Lapa, no Centro do Rio, na manhãa e início da tarde deste sábado, 1° de Abril de 2023.
 
Nos 59 anos da derrubada de um governo democrático e eleito nas urnas, a manifestação convocada por movimentos sociais e organizações políticas repudiou o Golpe de 1964, que deu aos generais poderes ditatoriais por 21 anos no Brasil.
 
“Democracia sempre, ditadura nunca mais!” foi o mote das convocatórias para a manifestação, que começou pela manhã, nos Arcos da Lapa.
 
De lá, o ato caminhou até a sede do antigo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão de repressão do período da Ditadura empresarial-militar e que também serviu à ditadura de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945. Ao contrário do que estava inicialmente previsto, a manifestação não cruzou a tradicional Feira do Lavradio. Os manifestantes alteraram o trajeto para chegar, pouco depois das 11 horas, ao prédio que sediou o Dops no Rio de Janeiro na esquina das ruas da Relação e dos Inválidos.
 
O local é objeto de uma campanha para que seja transformado num Museu da Verdade e Justiça. Representantes de organizações sociais e políticas, assim como parlamentares da esquerda, se revesaram em discursos em que criticavam os golpistas "de ontem e de hoje". O ato defendeu a preservação da memória, a verdade, justiça e responsabilização dos crimes cometidos pelo regime ditatorial e dos que há pouco tentaram outro golpe - numa referência ao que ocorreu em Brasília no dia 8 de janeiro último. 
 
Tortura não se celebra, golpe se repudia! Em defesa da democracia, ditadura nunca mais, foram aspectos defendidos coletivamente no ato.
 
A Aduff-SSind esteve representada na manifestação pelo professor Thiago Rodrigues."É muito importante ir às ruas para mostrar para a sociedade brasileira o que foi a Ditadura militar e os efeitos dessa ditadura que continuam até hoje. As práticas da Ditadura militar não foram resumidas ao [período] da Ditadura", observa o diretor da Associação dos Docentes da UFF - Seção Sindical do Andes-SN, lembrando que o regime militar sempre tentou esconder sua face repressiva e autoritária.

Para ele, há um simbolismo ainda maior na data por se dar logo após o fim de um governo que explicitamente foi apologista da Ditadura militar e de torturadores, "pessoas que participaram ou apoiaram a Ditadura e gostariam que ela voltasse" , complementa. "Isso é importante todo ano, mas neste ano se reveste de uma importância maior", ressalta, mencionando não ser coincidência o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao país justamente às vésperas do aniversário do golpe de 1964.   
 
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho
Ato no Centro do Rio, na lapa, no dia 1o de abril, em repúdio à Ditadura nos 59 anos do Golpe de 1964 Ato no Centro do Rio, na lapa, no dia 1o de abril, em repúdio à Ditadura nos 59 anos do Golpe de 1964 / Elisângela Leite/Sintuff - gentilmente cedida para publicação