Mar
23
2023

Ato dos profissionais das redes públicas de ensino do Rio de Janeiro defende piso nacional e revogação no Novo Ensino Médio

Nem sucateamento, nem privatização. Professores e profissionais da rede estadual do Rio de Janeiro e das redes municipais realizaram um grande ato na tarde de quinta-feira (22), Dia Nacional em Defesa do Piso Salarial para as carreiras da Educação

Luiz Fernando Nabuco Luiz Fernando Nabuco

Professores da Rede Estadual de Educação do RJ aprovaram estado de greve, em assembleia realizada antes da manifestação, na tarde de ontem (22). Ato saiu do Largo do Machado e foi até o Palácio Guanabara. A categoria também deliberou pela data do dia 18 de abril para a realização de nova paralisação de 24 horas, novo ato unificado das categorias e de assembleia para deliberar sobre a entrada em greve, por tempo indeterminado, da Rede Estadual.

Em marcha que saiu do Largo do Machado e foi até o Palácio Guanabara, as e os profissionais defenderam a implementação e o pagamento imediato do Piso Nacional do Magistério e reivindicaram que nenhum profissional da Educação recebe vencimentos abaixo do piso. A manifestação também defendeu a revogação do Novo Ensino Médio (NEM), considerada um retrocesso histórico na educação pública, além de alienante e esdrúxula. O dia foi de paralisação de 24h na Rede Estadual, com adesão e paralisação também das redes municipais.

 “O Estado do Rio de Janeiro é o segundo mais rico do país e tem o pior salário nacional para professores”, destacou Marcel Gavazza, professor da rede municipal do Rio e de Magé, que integra a direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação-RJ. De acordo com dados do Sepe, no Estado do Rio, o professor de 18h recebe R$ 1.588 quando deveria, pelo piso, receber R$ 3.120; já o funcionário de nível elementar recebe um piso menor que o salário mínimo nacional: R$ 802. 

O ato exigiu que o governo de Cláudio Castro e diversas prefeituras no Estado do Rio façam o mínimo e cumpram a Lei do Piso Nacional do Magistério. Lembraram ainda que “piso não é teto”, e reivindicaram respeito e valorização aos profissionais da Educação.

Presente na manifestação, a professora da Faculdade de Educação da UFRJ, Claudia Piccinini, apoiou a reivindicação por melhorias salariais dos profissionais da rede básica e destacou que a classe trabalhadora não aguenta mais pagar a conta do capital. “Infelizmente não temos nada para comemorar. A categoria docente da Educação básica, assim como a categoria docente do Ensino Superior não tem recomposição salarial há mais de 7 anos. As perdas salariais com a inflação só crescem, não há reposição, não há condições de trabalho e o que vemos é a precarização do Ensino. Por isso, uma das nossas pautas centrais também é a revogação do Novo Ensino Médio”, destacou.

Professora aposentada da Rede municipal e estadual, Maria Beatriz Lugão Rios esteve presente no ato e destacou que de 2007 até 2023 o Estado do Rio de Janeiro já fechou cerca de 300 escolas. “Milhares de jovens fora da escola, e o governador Claudio Castro economizando dinheiro com a Educação. É uma vergonha e um desrespeito. Sou uma educadora que esteve em sala de aula por 34 anos. Não é porque eu me aposentei que vou parar de lutar pela educação pública”, ressaltou, no ato.

A professora também frizou a luta pela revogação do Novo Ensino Médio. “Viemos para as ruas hoje dizer que a gente não aceita desrespeito com estudantes e profissionais da Educação. O Novo Ensino Médio desqualifica a escola pública e tira o direito dos estudantes de escola pública de concorrerem a uma vaga no ensino superior público. Não sairemos das ruas até revogarmos essa reforma”, destacou.

Marcel Gavazza também pontuou que o Novo Ensino Médio, além de precarizar o ensino e o conteúdo, ainda ataca a carreira docente. “É um modelo de ensino que fecha vagas de trabalho”, friza.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

Luiz Fernando Nabuco Luiz Fernando Nabuco

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