Professores da Rede Estadual de Educação do RJ aprovaram estado de greve, em assembleia realizada antes da manifestação, na tarde de ontem (22). Ato saiu do Largo do Machado e foi até o Palácio Guanabara. A categoria também deliberou pela data do dia 18 de abril para a realização de nova paralisação de 24 horas, novo ato unificado das categorias e de assembleia para deliberar sobre a entrada em greve, por tempo indeterminado, da Rede Estadual.
Em marcha que saiu do Largo do Machado e foi até o Palácio Guanabara, as e os profissionais defenderam a implementação e o pagamento imediato do Piso Nacional do Magistério e reivindicaram que nenhum profissional da Educação recebe vencimentos abaixo do piso. A manifestação também defendeu a revogação do Novo Ensino Médio (NEM), considerada um retrocesso histórico na educação pública, além de alienante e esdrúxula. O dia foi de paralisação de 24h na Rede Estadual, com adesão e paralisação também das redes municipais.
“O Estado do Rio de Janeiro é o segundo mais rico do país e tem o pior salário nacional para professores”, destacou Marcel Gavazza, professor da rede municipal do Rio e de Magé, que integra a direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação-RJ. De acordo com dados do Sepe, no Estado do Rio, o professor de 18h recebe R$ 1.588 quando deveria, pelo piso, receber R$ 3.120; já o funcionário de nível elementar recebe um piso menor que o salário mínimo nacional: R$ 802.
O ato exigiu que o governo de Cláudio Castro e diversas prefeituras no Estado do Rio façam o mínimo e cumpram a Lei do Piso Nacional do Magistério. Lembraram ainda que “piso não é teto”, e reivindicaram respeito e valorização aos profissionais da Educação.
Presente na manifestação, a professora da Faculdade de Educação da UFRJ, Claudia Piccinini, apoiou a reivindicação por melhorias salariais dos profissionais da rede básica e destacou que a classe trabalhadora não aguenta mais pagar a conta do capital. “Infelizmente não temos nada para comemorar. A categoria docente da Educação básica, assim como a categoria docente do Ensino Superior não tem recomposição salarial há mais de 7 anos. As perdas salariais com a inflação só crescem, não há reposição, não há condições de trabalho e o que vemos é a precarização do Ensino. Por isso, uma das nossas pautas centrais também é a revogação do Novo Ensino Médio”, destacou.
Professora aposentada da Rede municipal e estadual, Maria Beatriz Lugão Rios esteve presente no ato e destacou que de 2007 até 2023 o Estado do Rio de Janeiro já fechou cerca de 300 escolas. “Milhares de jovens fora da escola, e o governador Claudio Castro economizando dinheiro com a Educação. É uma vergonha e um desrespeito. Sou uma educadora que esteve em sala de aula por 34 anos. Não é porque eu me aposentei que vou parar de lutar pela educação pública”, ressaltou, no ato.
A professora também frizou a luta pela revogação do Novo Ensino Médio. “Viemos para as ruas hoje dizer que a gente não aceita desrespeito com estudantes e profissionais da Educação. O Novo Ensino Médio desqualifica a escola pública e tira o direito dos estudantes de escola pública de concorrerem a uma vaga no ensino superior público. Não sairemos das ruas até revogarmos essa reforma”, destacou.
Marcel Gavazza também pontuou que o Novo Ensino Médio, além de precarizar o ensino e o conteúdo, ainda ataca a carreira docente. “É um modelo de ensino que fecha vagas de trabalho”, friza.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib