Mar
16
2023

Governo formaliza proposta; em Brasília, reunião no Andes-SN debate posição nacional da categoria

Posição da categoria docente na UFF sobre as negociações foi definida na assembleia já realizada pela Aduff (foto), que participa da reunião setorial em Brasília; próxima rodada de negociação pode acontecer na  segunda (20)

Mesa da assembleia que reuniu docentes da UFF, realizada na sede da Aduff no dia 13 de março Mesa da assembleia que reuniu docentes da UFF, realizada na sede da Aduff no dia 13 de março / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

A Secretaria de Gestão e Relações de Trabalho enviou ofício às entidades sindicais nacionais da categoria formalizando a proposta salarial do governo Lula para o funcionalismo público federal do Poder Executivo. 

A próxima reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente está indicada para acontecer no dia 20 de março, segunda-feira, quando as representações sindicais da categoria devem responder se aceitam ou não a segunda proposta apresentada pelo governo. A data, porém, ainda não foi confirmada.

Os termos do acordo apresentado pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos prevê um reajuste sobre o conjunto da remuneração de servidoras e servidores da ativa e aposentados de 9%, que passaria a incidir sobre os salários referentes a maio. E quase 44% no auxílio-alimentação, que ficaria em R$ 658,00, também a partir de 1º de maio de 2023. 

A categoria reivindica um reajuste emergencial de 26,94%, o que corresponde à inflação acumulada nos quatro anos de governo Bolsonaro. Também defende a equiparação do auxílio-alimentação com os valores pagos no Judiciário e no Legislativo e a atualização dos demais benefícios sociais. Reivindica-se ainda, entre outros pontos da pauta, que o governo reconheça as perdas salariais passadas. A instalação das mesas de negociação setoriais, entre elas a da Educação, é outra reivindicação ainda não atendida.

Assembleia docente na UFF

Os 9% propostos foram aceitos pela assembleia docente na UFF, realizada pela Aduff na segunda-feira (13), na sede da entidade. A mesma assembleia, porém, defendeu que os R$ 200,00 do auxílio-alimentação sejam incorporados aos salários - o que incluiria também os aposentados e pensionistas. 

A posição da assembleia da Aduff se juntará a de outras assembleias da categoria, que foram realizadas em várias partes do país. O Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) orientou as seções sindicais que representam servidores e servidoras da educação federal a realizá-las para que se posicionem. Nesta quinta-feira (16), em Brasília, na sede do Andes-SN, acontece uma reunião setorial das Instituições Federais de Ensino (Ifes), para debater e definir a posição nacional da categoria, com base nas diversas assembleias. A professora Susana Maia, diretora da Aduff, representa a seção sindical na atividade.. É o resultado final desta consulta sobre a proposta e os rumos da campanha salarial que norteará a posição a ser levada à reunião com o governo federal.

Na Mesa Nacional de Negociação Permanente, as entidades sindicais que integram o Fonasefe, fórum de servidores federais do qual o Andes-SN participa, vêm atuando em conjunto na negociação com o governo. Também busca-se estabelecer uma parceria com o Fonacate, fórum que agrega sindicatos das carreiras classificadas como típicas de Estado.

Projetos a serem aprovados

O ofício remetido às entidades sindicais informa que, em caso de acordo quanto à proposta, será necessário aprovar, até o final de abril, dois projetos. Um é referente aos reajustes propriamente ditos, que precisam passar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. O outro, um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN), para alterar o Anexo V, da Lei Orçamentária Anual da União (LOA) de 2023. O objetivo é ampliar a autorização de recursos para pessoal em cerca de R$ 200 milhões.

Os servidores civis estão há quase sete anos com os salários congelados. Não houve aprovação de recomposições salariais para a categoria nos pouco mais de dois anos de gestão de Michel Temer e tampouco nos quatro de Jair Bolsonaro. 

A proposta do governo Lula tem como base uma previsão de recursos para reajustes de pessoal na lei orçamentária de R$ 11,2 bilhões, que já constavam na LOA aprovada em 2022. No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o mandato sem que tenha uma única vez enviado projeto ao Congresso Nacional destinado a reajustar salários do funcionalismo - o que é uma prerrogativa de cada chefe de Poder da República. É por isso que servidores do Judiciário Federal e do Legislativo já tiveram reajustes aprovados em dezembro passado, que passaram a vigorar em fevereiro deste ano, e os do Executivo, não.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

Mesa da assembleia que reuniu docentes da UFF, realizada na sede da Aduff no dia 13 de março Mesa da assembleia que reuniu docentes da UFF, realizada na sede da Aduff no dia 13 de março / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Additional Info

  • compartilhar: