Organizado pelo Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do Andes-SN, este é um seminário nacional realizado anualmente, mas que desde o início da pandemia da Covid-19 não havia sido promovido.
Pela Aduff-SSind, estiveram presentes no evento a professora do Coluni-UFF, Maria Cecília Sousa de Castro, 1a Vice-Presidente da Aduff, e Inny Accioly, da Faculdade de Educação da UFF e integrante da Diretoria Acadêmica da Aduff. Também participaram do evento a professora da Escola de Serviço da UFF, Eblin Farage, como convidada, e a diretora do Andes e professora da UFF de Rio das Ostras, Elizabeth Barbosa.
“Esse sétimo seminário Estado e Educação teve uma importância muito grande para esse momento que estamos vivendo na conjuntura, com ataques às políticas educacionais, cortes orçamentários, em meio à nossa campanha pela recomposição orçamentária da Educação. Abrir o seminário pensando que projeto é esse de Educação que o Capital traz e como que enfrentamos isso foi muito acertado”, avaliou Elizabeth Barbosa, da coordenação do GT de Política Educacional do sindicato.
Professora da Faculdade de Educação da UFF, Inny Accioly destaca que um dos debates centrais do evento foi a urgência das lutas pela revogação do Novo Ensino Médio, da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e contra a implementação de reformas no currículo da formação de professores para atender à BNCC.
“O Novo Ensino Médio empobrece a formação da juventude, expulsa os jovens da classe trabalhadora da escola (especialmente a juventude negra) e inviabiliza o seu acesso à universidade. Para as Universidades Públicas, o Novo Ensino Médio significa um retrocesso no processo de democratização do acesso e sinaliza para maior embranquecimento do corpo discente e docente. Além disso, sinaliza para o fim dos cursos de Licenciaturas e abre portas para maior precarização do trabalho nas Universidades”, destaca a diretora da Aduff-SSind.
A docente também enfatiza os debates realizados sobre a defesa das Políticas de Cotas e a importância das lutas antirracistas nas Universidades e a urgência da luta para desmilitarizar as escolas municipais e estaduais, que tiveram sua gestão repassada para militares da ativa e da reserva, “como parte da luta maior contra o fascismo”. Ainda fizeram parte dos temas debatidos no seminário “o debate crítico sobre o uso das tecnologias na educação e a proteção dos dados de docentes e discentes, a luta contra a plataformização da educação, contra o ensino híbrido e o REUNI DIGITAL”, cita.
Programação
Os dois primeiros dias de evento (sexta e sábado) foram voltados para a realização de painés, debates e discussões. Entre eles, um painel sobre a "Reforma do Ensino Médio", um debate sobre "O Projeto do Capital para a Educação: como enfrentá-lo?", uma mesa sobre a "Defesa das Cotas - 10 anos da Política de Cotas" e uma discussão sobre "Militarização e a ofensiva neoliberal nas escolas", além de um debate sobre "EaD, Plataformização, ERE e Ensino Híbrido".
Na manhã de domingo (12), as e os docentes se dividiram em grupos de trabalho para aprofundar os debates realizados no seminário e propor encaminhamentos sobre os variados temas abordados nos dois dias de evento.
Na sequência, foi realizada uma Plenária de Encaminhamento, não deliberativa, onde as pospostas que saíram dos grupos foram apresentadas. O GTPE irá sistematizar as propostas, em reunião nacional que será convocada em breve, e posteriormente irá encaminhar e repassar o consolidado para as seções sindicais.
O evento foi encerrado com um chamado para que todas e todos fortaleçam a organização, através de suas seções sindicais, do Dia Nacional de Luta pela Revogação do Novo Ensino Médio na próxima quarta-feira, 15 de março, nos estados e também em Brasília (DF).
Da Redação da Aduff, com informações de Andes-SN