Set
27
2022

Bolsonaristas destroem faixas da Aduff pela democracia, universidade pública e fim do governo

Sindicato repudia intolerância com opiniões divergentes e seguirá expondo suas mensagens à comunidade

"Em defesa da Democracia e das Universidades Públicas! Fim dos cortes que podem fechar as universidades. Fora Bolsonaro". Essas são as frases das faixas que a Aduff-SSind expôs em diversos campi da Universidade Federal Fluminense e que têm sido recortadas ou arrancadas pelos apoiadores do atual presidente da República. 

É sabido que os simpatizantes de Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, defendem recorrentemente o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), atacam a democracia, a produção de conhecimento científico e todos aqueles que se manifestam contra o governo que impôs inúmeros retrocessos ao país.

Para a professora Eblin Farage, ex-presidente do Andes-SN e docente da Escola de Serviço Social na UFF, os danos causados às faixas ou ainda a retirada delas manifestam a intolerância defendida e propagada pelo presidente da república. "Infelizmente, ela se espraia de modo assustador nas relações sociais vigentes. A universidade pública é incompatível com o pensamento único', disse. "É preciso ser intolerante com a intolerância", complementou. 

Segundo a professora Kate Lane Paiva, presidente da Aduff-SSind e professora de Artes no Coluni, há uma disputa política ao se atacar um símbolo (a faixa) colocado pelo sindicato. "Não podemos esquecer que o governo Bolsonaro tem atacado os sindicatos, os militantes, a esquerda - quem historicamente defende a classe trabalhadora no país", aponta.

De acordo com ela, algumas faixas não foram totalmente arrancadas, mas tiveram apenas o nome do Jair Bolsonaro recortado. Mantiveram os dizeres que protestam contra os cortes de verbas na Universidade, o que, para ela, talvez indique o desejo de não atrelar o atual presidente e sua política às condições de precariedade vivenciadas pelas instituições públicas de ensino superior. "Querem dizer que isso não faz parte do atual governo. Querem silenciar nossa posição e a nossa defesa da Universidade, a partir do acúmulo que temos no Sindicato, que é diferente do acúmulo de outras instâncias. É ferir, manchar, cortar e apagar o símbolo de uma entidade de classe representativa dos trabalhadores, no caso, os professores da UFF" - considerou Kate Lane. 

Para além das faixas, às ruas 

A presidente da Aduff afirmou ainda que todas as faixas arrancadas ou danificadas serão repostas quantas vezes forem necessárias. "Não é somente a faixa o meio pelo o qual disputamos politicamente [um projeto de país]. Disputamos as ruas - estivemos nas ruas em todas as manifestações pelo Fora Bolsonaro. Entendemos a urgência de se fazer isso porque havia a compreensão de que ele não poderia nem ter entrado; estivemos em todas as manifestações pelo Ele Não e, depois, pelo impeachment dele", lembra Kate Lane.

A sindicalista menciona ainda que a disputa também se dará nas urnas, próximo dia 2 de outubro, quando os e as brasileiras devem ir votar, apostando em candidatos que serão capazes de derrotar o Bolsonaro. "Ele tem que cair, não só nas urnas, mas também nas ruas. Mobilização é importante para que possamos garantir o resultado das urnas e começar a trilhar a construção da sociedade e da Universidade que a gente quer", defendeu Kate Lane.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira

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