Set
19
2022

Contratados para combate à covid-19 cobram da Prefeitura salários atrasados no ato no Huap

Prefeitura de Niterói não pagou salários de julho e agosto; Aduff participou da manifestação no Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói, pela implementação do piso da Enfermagem, que também defendeu o Huap e o fim da cessão da unidade à Ebserh

 

Ato em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói, na segunda (19) Ato em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói, na segunda (19) / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A manifestação que defendeu o piso salarial da Enfermagem e o Sistema Único de Saúde, em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), em Niterói (RJ), também teve a participação de profissionais contratados pela Prefeitura de Niterói para a campanha contra a covid-19 que estão com salários atrasados. 

"Nós ficamos dois meses com os salários atrasados. Eles dizem que é por problema de documentação, mas tem mais de 300 pessoas sem receber", disse o técnico de enfermagem Ubiratan, que também ressaltou a importância de lutar para que o piso salarial entre em vigor.

Segundo dirigentes sindicais do setor, o prefeito de Niterói, Axel Grael, não cumpriu o compromisso de quitar a dívida trabalhista no último dia 2 de setembro. São profissionais de saúde inicialmente contratados emergencialmente para enfrentar a pandemia, pelo regime CLT, que tiveram seus contratos rebaixados e convertidos para pagamentos mediante apresentação de recibos (RPA). Estão sem receber os salários de julho e agosto. 

Ato no Huap 

O protesto ocorreu nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 19 de setembro de 2022 - data em que o Sistema Único de Saúde completa 32 anos de existência. O ato uniu a defesa da saúde pública com a luta pela entrada em vigor do piso nacional da Enfermagem, aprovado no Congresso Nacional, mas suspenso por 60 dias por decisão do Supremo Tribunal Federal - na qual 7 dos 11 ministros alegaram não haver previsão orçamentária. 

A Aduff participou da manifestação, organizada por diversas entidades sindicais e do movimento em defesa da saúde pública, entre elas o Sintuff, o Sindsprev-RJ e a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde. Haverá mais dois atos com a mesma pauta no dia 21 próximo, quando está convocada uma paralisação de 24 horas dos trabalhadores da Enfermagem: no Hospital da Lagoa, na Zona Sul do Rio, a partir das 11 horas; e na Praça da Inconfidência, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, a partir das 14 horas.

Pauta histórica da categoria, o piso prevê o pagamento mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras. Na Câmara dos Deputados, a votação teve ampla maioria - apenas a bancada do Novo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros, votaram contra a Enfermagem. 

Representantes das grandes empresas da área alegam que a implementação do piso 'quebrará o setor', o que foi contestado na manifestação. "No ano de 2020, 13 bilionários cresceram muito a sua riqueza. Os dez primeiros não causam surpresa, são banqueiros. Mas os três que vieram depois, são donos de planos de saúde. No ano da pandemia, em que o SUS garantiu milhares de vidas apesar de Bolsonaro, três famílias que controlam planos de saúde enriqueceram. E são estes que interferem diretamente para que seus lucros se mantenham lá em cima às custas dos trabalhadores da área de saúde", disse o vereador de Niterói Paulo Eduardo Gomes, que participou e declarou apoio à luta.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

 

Ato em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói, na segunda (19) Ato em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói, na segunda (19) / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

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