Ago
30
2022

Antes da assembleia, debate aborda posição de sindicatos classistas nas eleições

Duas posições distintas tiveram espaço para expor seus pontos de vista em relação ao tema

 

Na mesa com Kate Lane, presidente da Aduff, a professora Eblin Faraje e o professor Luiz Rojo no debate na abertura da assembleia Na mesa com Kate Lane, presidente da Aduff, a professora Eblin Faraje e o professor Luiz Rojo no debate na abertura da assembleia / Luiz Fernando Rojo - Aduff

"O papel dos sindicatos classistas e as eleições de 2022" foi o tema da discussão que antecedeu brevemente a assembleia geral dos e das docentes da UFF, na tarde desta terça-feira (30), no Auditório Macunaíma (Campus do Gragoatá).

Duas posições distintas a respeito do posicionamento do sindicato dos docentes da UFF nas eleições de 2022,  envolvendo ou não declaração de apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, foram apresentadas pelos professores Luiz Fernando Rojo (Antropologia) e Eblin Farage (Escola de Serviço Social).

Para Eblin, o sindicato deve se manter autônomo a qualquer candidatura, durante o processo eleitoral - o que não impede que os militantes, pessoalmente, se posicionem politicamente. 

A discussão foi motivada por uma deliberação do Setor das Federais do Andes-SN, que em reunião do início de agosto recomendou que as seções sindicais debatessem o assunto com a base.

Ao longo do mês de agosto, a Aduff realizou reuniões sobre o tema, contando com o Conselho de Representantes, o Comando de Mobilização e os Grupos de Trabalho. 

Segundo Eblin, a autonomia do Andes-SN é uma construção histórica reivindicada ao longo dos anos e não pode ser confundida com neutralidade. 

"Mais ajudamos a classe com a manutenção da nossa autonomia [a governos, gestões, reitorias, patrões]. O fato de não apoiarmos uma candidatura não quer dizer que entendemos que todos os candidatos sejam farinha do mesmo saco. Temos acordos e críticas com alguns pontos de programas de governo. Mas apoiar alguma candidatura nesse momento é um retrocesso em relação a nossa autonomia", defendeu Eblin.

Para ela, é preciso derrotar o bolsonarismo nas ruas e nas urnas. Além disso, ter no horizonte o desafio de reconstrução da mobilização e reconquista de direitos diante de uma conjuntura de tantos retrocessos.  

Já para o professor Luiz Fernando Rojo, situações extremas demandam posições extremas.

Ele lembrou a posição histórica e crítica do sindicato em relação ao ensino remoto, às eleições e às assembleias virtuais, que precisaram ser realizadas em tal modalidade no contexto da pandemia. 

"Não restam dúvidas do que pode acontecer com a Universidade Pública caso tenhamos mais quatro anos de governo Bolsonaro. Não é uma eleição como qualquer outra", disse o docente.

Para ele, é importante que haja um posicionamento declarado do Sindicato Nacional à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, por ela representar - a partir de uma frente de partidos políticos mais à esquerda - aquela que pode derrotar a de Bolsonaro.

Da Redação da Aduff
Por Aline Pereira

Na mesa com Kate Lane, presidente da Aduff, a professora Eblin Faraje e o professor Luiz Rojo no debate na abertura da assembleia Na mesa com Kate Lane, presidente da Aduff, a professora Eblin Faraje e o professor Luiz Rojo no debate na abertura da assembleia / Luiz Fernando Rojo - Aduff