Da Redação da Aduff
Arrancou efusivos aplausos, ao encerrar a plenária, a constatação do professor Cláudio Mendonça, que presidia a mesa: o dirigente do Andes-SN parabenizou a todos pelo que se avançara na apreciação das propostas de resoluções para os planos de luta da categoria.
Faltava pouco para as 23 horas da noite de sábado, 16 de julho de 2022, e transcorria o segundo dia do 65º Conselho do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, no teatro da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em Vitória da Conquista (BA).
Havia, obviamente, o cansaço de um longo dia de debates, primeiro nos grupos mistos, iniciado por volta das 9 horas; depois, nas duas plenárias para apreciar as propostas referentes ao Tema II, o dos planos de lutas setoriais e geral para atuação sindical da categoria.
"Pontos muito importantes trazidos do consolidado do Tema III do 40° Congresso do Andes-SN foram aprovados nesse 65° Conad", disse Cláudio à reportagem do Andes-SN. "Um que gostaria de enfatizar foi o plano sanitário atualizado. Foi possível fazer uma compatibilização que nos arma para fazer os enfrentamentos, nas nossas instituições, diante da falta de política [para isso], tanto por parte do governo Bolsonaro quanto de muitos reitores", observou o docente, que compôs a mesa das plenárias ao lado das professoras Cristine Hirsch e Reinalda Oliveira e do professor Alexsandro Carvalho, dirigentes do Andes-SN.
O diretor do Andes-SN, 2º vice-presidente da Regional Nordeste 2, destacou ainda as propostas aprovadas que reforçam o caráter antirracista do Sindicato, a luta contra a Lgbtqiap+fobia, contra a misoginia, o machismo e o capacitismo. Temas que foram abordados, debatidos e votados numa plenária que começou com algumas especiais referências e homenagens: à vereadora do Rio Marielle Franco, assassinada em 2018 por milicianos; e ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela, comemorados daqui a poucos dias, em 25 de julho.
Luta salarial, pandemia e defesa da educação
A plenária também abordou e aprovou resoluções referentes à luta salarial dos servidores e servidoras públicas federais para derrubar os mais de cinco anos de congelamento ininterrupto das remunerações. Assim como a atuação docente em torno da defesa de mudanças no plano de carreira que efetivamente valorizem o trabalho docente.
As professoras e professores deram expressivo destaque ao Reuni Digital, caracterizado como uma ameaça à educação pública a ser combatida. Concomitante a isso, defendeu-se a luta por condições de trabalho seguras neste período posterior ao retorno às aulas presenciais e de recursos e políticas orçamentárias que assegurem qualidade ao ensino público.
Para aprofundar esses temas e ajudar na construção destas lutas, será realizado o VII Seminário Estado e Educação, no segundo semestre deste ano, tendo como eixos norteadores o Ensino Emergencial Remoto (ERE), ensino híbrido, militarização da educação e defesa de cotas.
Auditoria da Dívida e Orçamento
A plenária deliberou por ampliar a participação do Andes-SN, especialmente por meio das seções sindicais, nas atividades e estudos da Auditoria Cidadã da Dívida. O objetivo é intensificar a luta pela auditoria da dívida pública, sistema que destina a maior fatia do orçamento da União para o mercado financeiro, em detrimento da educação, da saúde e de outras áreas dos serviços públicos.
Previdência
A luta pela recomposição dos valores das aposentadorias de docentes também foi aprovada na atualização do plano geral de lutas, assim como um levantamento da situação dos ataques à Previdência nos estados.
Reafirmando a defesa dos hospitais universitários e do Sistema Único de Saúde, a plenária decidiu por dedicar atenção especial aos impactos dos dez anos da criação da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). O mesmo se aprovou em relação aos dez anos do Funpresp, o fundo complementar privado da aposentadoria.
Ainda na Plenária do Tema 2, foram tomadas decisões sobre a realização do III Seminário referente à carreira do ensino básico, técnico e tecnológico (EBTT); sobre a história do movimento docente e a luta por memória, verdade, justiça e reparação; e, ainda, sobre questões de políticas agrárias, urbanas e ambientais, como o apoio às lutas socioambientais e das populações tradicionais e originárias.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho
