Jun
23
2022

Assembleia docente: construir a mobilização e as condições para greve na UFF

Docentes avaliaram não haver condições de iniciar a greve agora, mas reafirmaram a necessidade de construir essa mobilização; reunião do CR e Comando de Mobilização na segunda (27) vai preparar o "Ocupa UFF"

 

Da Redação da Aduff

Docentes da UFF reunidos em assembleia reafirmaram a necessidade de buscar fortalecer a mobilização e construir a greve nacional em defesa da educação pública, dos serviços públicos, pela reversão dos cortes orçamentários e pelo fim da política, que já dura mais de cinco anos, de congelamento salarial.

Antes dessa deliberação, a assembleia convocada pela Aduff para a tarde desta quinta-feira, 23 de junho de 2022, também decidiu, unânime, que não há condições de aprovar neste momento o início da greve. Foi rejeitada a proposta de paralisação a partir do dia 27 de junho, indicativo nacional definido na reunião setorial das Instituições Federais de Ensino Superior do Andes-SN, quando a Aduff foi representada pelo diretor João Claudino Tavares. 

Professoras e professores também decidiram por convocar uma nova reunião do Conselho de Representantes em conjunto com o Comando de Mobilização para a segunda-feira, dia 27, a partir das 14 horas, na sede da Aduff. O objetivo é, a partir das definições aprovadas na assembleia, pensar e organizar as atividades a serem realizadas nos próximos dias, quando estará acontecendo o movimento "Ocupa UFF". 

A assembleia ocorreu de forma presencial em Niterói (RJ), no Bloco B do campus do Gragoatá. Também debateu a conjuntura e elegeu a delegação para o 65º Conselho do Andes-SN (Conad). Os trabalhos foram conduzidos pela professora Gelta Xavier e pelo professor João Claudino, sendo secretariado pela professora Elizandra Garcia da Silva - todos da diretoria da Aduff.

Construir a luta

A assembleia também abordou a iniciativa aprovada na reunião setorial das Ifes de realização de uma semana em defesa das instituições de ensino (Ocupa Universidade), com atividades de 27 a 29 de junho, e de mais uma semana de mobilizações em Brasília, de 4 e 7 de julho.

Pauta

A pauta do funcionalismo envolve a luta pela recomposição salarial imediata de 19,99%, que se refere às perdas salariais dos últimos três anos; a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16 - do Teto dos Gastos - e o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, a da contrarreforma Administrativa. 

A luta também busca incidir contra as propostas de privatização das universidades públicas, o combate ao corte de verbas da Educação e da Pesquisa públicas, além dos constantes ataques do governo de Jair Bolsonaro à autonomia das instituições federais de ensino, a exemplo das intervenções praticadas pelo governo entre 2019 e março de 2022 a mais de duas dezenas de Cefets e Universidades.

Atos em Brasília

O professor João Claudino destacou a importância da participação da delegação da Aduff nos protestos do último "Ocupa Brasília", realizado dia 14 de junho, que contou com trabalhadores e trabalhadoras do setor público, principalmente da Educação, além de estudantes. Nesta data, a categoria docente realizou paralisação de 24 horas na UFF, que contou com atividades de greve.

As pautas centrais das mobilizações deste dia foram a defesa da reversão dos cortes orçamentários, da gratuidade e a luta pela reposição salarial. "Quem participou saiu de lá fortalecido", disse, ao buscar expressar a força da mobilização, apesar das dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelo movimento sindical.

A professora Gelta Xavier mencionou ainda o protesto ocorrido em 31 de maio, na capital federal, no qual a Aduff também esteve representada e nem que se defendeu a abertura imediata de negociações com o funcionalismo por parte do governo Bolsonaro. Também foram mencionadas as greves já em iniciada na Universidade Federal do Pará (UFPA) e no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), sedo reafirmado o apoio a esses movimentos. 

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho e Aline Pereira

 

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