Jun
08
2022

Docentes da UFF aprovam paralisação por educação pública e direitos em 14 de junho, dia do 'Ocupa Brasília'

Atividades de mobilização também vão acontecer nos campi da UFF, com panfletagem e aulas públicas; professores que desejarem ir ao DF devem se manifestar até às 12h de sexta-feira (10)

Os e as docentes da UFF, reunidos em assembleia no dia 8 de junho, deliberaram pela paralisação de 24h das atividades laborais no dia 14 de junho, quando estão programadas atividades de mobilização do funcionalismo público em Brasília. Haverá ainda ações nos campi da UFF, com panfletagem em salas de aula e diálogo com a comunidade acadêmica sobre a realidade. Algumas unidades também irão programar aulas públicas, que em breve serão divulgadas pelos canais de comunicação do sindicato. 

Na sexta-feira (10), um grupo de docentes estará reunido nos campi do Gragoatá (às 9h); Valonguinho (14h) e da Praia Vermelha (18h), para panfletagem. Já na segunda-feira (13), a ação se repete na Veterinária (9h); Coluni (14h) e Iacs (18h). A Direção da Aduff solicita aos docentes da UFF fora de sede que enviem à seção sindical informações sobre as atividades que programarem para o dia 14 de junho, de forma que seja amplamente divulgado à comunidade universitária. 

A paralisação do dia 14 e a avaliação da construção da greve dos servidores públicos federais foram os pontos de pauta da reunião, conduzida professores Kate Lane Paiva, Elizandra Garcia e João Claudino Tavares, todos da diretoria da seção sindical, que em diferentes momentos também reforçaram a importância da assembleia presencial do sindicato. 

Lembraram que antes da assembleia desta quarta-feira, houve reunião conjunta do Conselho de Representantes e do Comando de Mobilização, na sede da Aduff, para tratar da mesma pauta.

Ocupa Brasília: 14 de junho

Representantes da Aduff e docentes da UFF estarão entre as diversas categorias que participarão dos protestos na capital, para pressionar o governo a abrir negociações com os trabalhadores e as trabalhadoras do setor público.

Em pauta estão a luta pela recomposição salarial imediata de 19,99%, que se refere às perdas salariais dos últimos três anos; a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16 - do Teto dos Gastos - e o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, da contrarreforma Administrativa. Importante lembrar também a luta contra as propostas de privatização das Universidades Públicas, o combate ao corte de verbas da Educação e da Pesquisa públicas, além dos constantes ataques do governo de Jair Bolsonaro à autonomia das instituições federais de ensino, a exemplo das irtervenções praticadas pelo governo entre 2019 e março de 2022 a mais de duas dezenas de Cefets e Universidades. 

Sindicalizados (as) podem ir à Brasília pela Aduff

Docentes da UFF sindicalizados(as) que desejarem participar das atividades na capital federal, no dia 14 de junho, devem se manifestar até às 12h desta sexta-feira 10, por meio do email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Para viajar, é necessário realizar testagem da covid-19 com até 72h antes do embarque. A seção sindical custeará a despesa de deslocamento, hospedagem e os custos com o teste. 

Greve dos Servidores Públicos Federais

Durante a assembleia, os e as docentes da UFF também avaliaram a construção da greve dos SPF.

Kate Lane Paiva, presidente da Aduff, recuperou as decisões das assembleias anteriores da seção sindical, lembrando que na última AG os presentes rejeitaram a deflagração da greve unificada dos SPF em 25 de maio, mas mantiveram o indicativo para construção de uma data futura. 

A professora também explicou que, em reunião do Setor das Federais, realizada fim do mês passado, constatou-se que 11 seções sindicais não fizeram rodada de assembleias para avaliar o tema; 7 aprovaram a deflagração em 25 de maio; 8 mantiveram o indicativo sem data; 9 deliberaram pela mobilização, mas sem apontar a greve; e 5 associações de docentes se posicionaram contra a paralisação por tempo indeterminado.

Na assembleia desta quarta-feira, houve falas sobre a necessidade de mobilizar a categoria para a atual conjuntura e retomar a ocupação dos campi da UFF depois de dois anos de pandemia e em um contexto de aumento do custo de vida. Surgiu a proposta de acompanhar a mobilização das demais entidades do funcionalismo, sobretudo porque a Universidade Federal do Pará entrou em greve nesta segunda (6).  

Outros docentes lembraram que a conjuntura também exige pressa para a luta e que é urgente também somar ainda mais esforços às reivindicações dos estudantes por condições de acesso e de permanência (alimentação, moradia, bolsas e passe livre universitário e intermunicipal). 

"Enfrentamos a pandemia e uma política de morte, sustentada pelo governo Bolsonaro. A conjuntura reacionária e o assalto ao fundo público se aprofundaram no governo atual. Isso se expressa na dificuldade em mobilizar a Universidade nessa retomada ao ensino presencial, quando o remoto tem sido apresentado como uma solução para as dificuldades financeiras e de infraestrutura", disse Kate Lane ao conclamar à comunidade universitária para as mobilizações do dia 14. 

Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco