Fev
02
2022

Aduff viabiliza transporte para manifestação de sábado 5, que acontecerá na Barra da Tijuca e pedirá justiça por Moïse Kabamgabe

Docentes devem enviar nome completo e cpf até às 20h desta quinta-feira (3) para o endereço Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A Aduff  é uma das muitas entidades que participarão do ato no Rio de Janeiro, em memória e por justiça para Moïse Kabamgabe. A manifestação, convocada por diversas organizações políticas e sociais, acontece no próximo sábado (5), às 10h, no Quiosque Tropicália, Posto 8, na Praia da Barra (Avenida Lúcio Costa 5900) - local em que o jovem refugiado congolês foi brutalmente assassinado. Para viabilizar a participação dos e das docentes da UFF, a Aduff organiza um ônibus que sairá do DCE (Valonguinho - Centro de Niterói) até a Barra da Tijuca. Docentes interessados (as) devem enviar nome completo e cpf até às 20h desta quinta-feira (3), para o endereço Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Em breve, a Aduff trará outras informações sobre o horário de saída, a partir de Niterói, para o protesto de sábado.

Moïse Kabamgabe tinha 25 anos e morava no Brasil desde 2014, após deixar o Congo e, assim, fugir de um país em guerra. Ele foi amarrado e espancado até a morte, após exigir que seu patrão, dono do estabelecimento, lhe pagasse cerca de R$200 pelos dias em que trabalhou de forma precarizada no Quiosque Tropicália. Morreu de forma brutal e covarde. Protestos estão sendo convocados pela comunidade congolesa, entidades do movimento negro e de refugiados e estão previstos para acontecer nas principais capitais brasileiras, entre elas, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília. 

Para Kate Lane Paiva, presidente da Aduff, a manifestação por memória e por justiça para Moïse Kabamgabe é de extrema importância, porque foi mais um assassinato brutal contra mais um jovem negro e trabalhador no Brasil, país que não rompeu com o seu passado colonial, notadamente racista e patriarcal. "Historicamente, o Brasil começa com o assassinato das populações indígenas e, depois, continua com o assassinato das populações negras que foram sequestradas e trazidas para cá na diáspora. Não conseguimos ter uma transformação radical da nossa sociedade a ponto de resolver essas questões. Além disso, o atual governo tem fomentado e fortalecido discursos de ódio e de racismo. Não é a toa que as pessoas não têm mais vergonha de cometer esse tipo de ato, porque têm a certeza de que vão continuar impunes diante das suas práticas racistas, xenófobas", disse. 

Segundo a professora, é papel do sindicato apoiar a manifestação, em defesa intransigente da classe trabalhadora, contra todas as formas de opressão, como o assassinato brutal de Moïse Kabamgabe evidencia.  "Vamos empretecer a Barra da Tijuca, local notadamente caracterizado pela presença das milícias. Vamos deixar claro que não aceitaremos mais sangue preto derramado, que não vamos mais aceitar injustiça. Estaremos firmes e fortes com nossas bandeiras, com nosso grito de indignação. Temos que odiar é o racismo, a permissividade da Justiça com aqueles que assassinam pretos", enfatizou a presidente da Aduff. 

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira