Dez
22
2021

Aduff encerra ano com LIVE show do projeto Awurê

Evento foi transmitido ao vivo da sede do sindicato na noite desta terça-feira (21), em Niterói; Aduff-SSind entrará em recesso a partir desta quinta-feira (23) e retoma atividades na segunda, 3 de janeiro.

Não conseguiu assistir? Quer ver de novo? Assista no Youtube: https://youtu.be/eNsZu-q-zMY . Veja o álbum de fotos do evento: https://tinyurl.com/yckp7pys

“Awurê é a palavra de origem iorubá que significa um desejo de boa sorte, de bênçãos. E é assim que a gente quer receber vocês aqui hoje, nessa live de encerramento desse ano tão difícil onde a gente tem dificuldades inclusive de conseguir encontrar alegrias, diante de um governo que implementa uma política de genocídio da população, batendo o número de mais de 600 mil mortos. Hoje viemos aproximar vocês da sede da Aduff que segue fechada. Essa não é a grande festa que a gente quer fazer para os nossos sindicalizados, para a nossa categoria. A gente pretende fazer uma festa presencial assim que as condições se apresentarem, para a gente poder se reencontrar. Mas esse foi o modo que achamos de trazer vocês para esse espaço hoje. Esse espaço que fala da história do movimento docente e também da própria UFF. Quantas e quantas vezes aqui nos encontramos para pensar as nossas greves, as nossas mobilizações, as nossas ações de luta. Quantas e quantas vezes nos reunimos, discutimos, brigamos, nos abraçamos naquele auditório para preparar Conads e Congressos do Andes-SN. É uma felicidade estar aqui nessa sede, que estamos começando a preparar para receber vocês em 2022, se tudo der certo. A sede inclusive está passando por obras porque ficou muito tempo fechada. Hoje é o dia de preparar esse chão e esse terreiro para estarmos aqui de volta”, destacou a presidente da Aduff-SSind, Kate Lane Paiva, que abriu a live com uma fala emocionante.

Kate ressaltou a conjuntura extremamente difícil em que vivemos, com um governo genocida que aplica uma política neoliberal que retira direitos dos trabalhadores e dificulta o acesso à educação e à saúde. A presidente da Aduff fez menção à grande campanha do Andes-SN em 2021 contra a PEC-32, que visa destruir os serviços públicos neste país, e em defesa da Universidade Pública. Ela frizou a importância das e dos professores continuarem lutando e se posicionando contra essas medidas no ano que está por vir. De acordo com a docente do Coluni, a live com o projeto Awurê também teve como objetivo aglutinar forças, “arrancar esperanças” e preparar a luta para os grandes desafios de 2022.

Awurê no Quintal da Aduff | O projeto lançou em 2021 o EP Awurê, disponível em todas as plataformas digitais com 6 músicas autorais. Nascido em Madureira, na Zona Norte do Rio, mescla sonoridades dos terreiros, samba de roda, maracatu, jongo, samba e afoxé para celebrar, resgatar e afirmar a importância da cultura negra africana em nosso país, silenciada anos a fio por uma política de estado racista – que segue presente e está por trás das chacinas que ainda ocorrem no Estado do Rio e em todo o Brasil. Para a presidente da Aduff, a live também é um grito de “Basta!” 

Kate Lane defendeu um Estado laico, que não está a serviço de uma religião ou de outra, mas que ao separar religião e Estado garante que todas e todos possam professar sua fé sem discriminação.  “Precisamos falar de candomblé, de umbanda, de macumba nas nossas salas de aula porque são as religiões de origem africana as que continuam sendo mais perseguidas neste país”, disse.

Em nome da diretoria da Aduff-SSind, a presidente da seção sindical também agradeceu aos trabalhadores do sindicato “que tocam esse sindicato no dia a dia, fazendo ele funcionar” e homenageou as professoras Elza Dely e Maria Felisberta, figuras importantes da luta docente e que nos deixaram nesse ano de 2021, marcado por tantas perdas.

"Esse sindicato é um sindicato que tem 43 anos de história. Muita gente já passou por aqui e muita gente já não está mais aqui. Eu aprendi no candomblé que a morte não é fim. Então a gente tem que celebrar essa história, celebrar essa memória. (...) Que a gente possa manter essa energia boa que o Awurê nos trouxe e que no ano que vem a gente continue a gritar: Fora Bolsonaro!”, finalizou a docente.

 Da Redação da Aduff

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