Ago
19
2021

CPI quebra sigilos de Barros, líder do governo e da tropa de choque da PEC-32 investigado após denúncia de servidor

CPI da Covid quebra sigilos fiscais e telefônicos de líder de Bolsonaro, que quer votar o fim da estabilidade dos servidores na PEC-32, alvo da greve e dos atos de 18 de agosto

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O deputado federal Ricardo Barros já defendeu, quando ministro de Michel Temer (MDB-SP), o fim do Sistema Único de Saúde no modelo público como o hoje existente. Faz poucos meses, disse numa comissão na Câmara que os servidores em geral 'só ficam lendo jornal' nas repartições. É também um dos mais empenhados parlamentares a defender a aprovação da 'reforma' Administrativa (PEC-32), integrando a 'tropa de choque' governista que tenta aprová-la no Plenário da Câmara ainda em agosto.

Na quarta-feira (18), enquanto servidores e servidoras faziam um dia nacional de greves e manifestações contra a 'reforma' defendida por Barros, o parlamentar era incluído na lista de pessoas investigadas pela CPI da Covid, instalada no Senado Federal. No dia seguinte, o aliado do presidente Jair Bolsonaro teve os sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático  quebrados pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele é suspeito de participação em fraude no processo de compra de vacinas da empresa indiana Covaxin. A ministra Cármen Lúcia, ao analisar mandado de segurança movido pelo parlamentar no Supremo Tribunal Federal, solicitou à CPI que informe os motivos da quebra de sigilo. 

Servidor público

A negociação superfaturada e criminosa só não foi concretizada porque um servidor público do Ministério da Saúde denunciou as suspeitas de irregularidades ao Ministério Público Federal - profissional que logo depois foi ameaçado de demissão. O governo, porém, esbarrou na estabilidade no emprego do servidor, direito que o deputado Ricardo Barros quer acabar com a aprovação da 'reforma' Administrativa.

Os riscos que a PEC-32 representa para os serviços públicos foram denunciados nas  manifestações ocorridas em Niterói, Rio e em dezenas de outras cidades do país, na quarta-feira. Novas manifestações já estão convocadas para o dia 7 de setembro. Os protestos também vão levar às ruas a luta pelo arquivamento da PEC-32, que integra as bandeiras dos atos da campanha "Fora Bolsonaro e Mourão" e por vacinas para todos e medidas que salvem vidas na pandemia.

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