Jul
27
2021

“Bolsonaro recusou a Pfeizer por negacionismo e por corrupção”, diz docente da UFRJ durante live de 24J

Marinalva Oliveira participou da transmissão ao vivo da cobertura dos protestos. Ela integra movimento de mães e de pais de jovens com deficiência ou comorbidades que, mobilizado, pressionou poder público de Niterói para vacinar o grupo

 

Para assistir ao video no exato momento da fala da docente, clicar aqui:  https://youtu.be/iGcJuzamSpw?t=9398

Da Redação da Aduff

Manifestantes foram às ruas em todos as capitais e mais centenas de cidades, no sábado 24, para denunciar ações do governo brasileiro que têm levado o país à insegurança alimentar, à fome e às precárias condições de vida. Um governo que desmereceu a gravidade da pandemia e que carrega a responsabilidade pelas 550 mil mortes por covid-19, principalmente ter atrasado a compra de vacinas que poderiam ter salvado boa parte dessas vidas.

Foi nesse contexto que a força do coletivo se impôs, em Niterói, quando um movimento de mães e de pais de jovens com deficiência e/ou comorbidade, mais vulneráveis às consequências da covid-19, obteve uma vitória no município: após pressão do grupo, a Prefeitura da cidade autorizou a vacinação para essas pessoas entre 12 e 17 anos, iniciada último dia 22.

De acordo com Marinalva Oliveira – uma das representantes desse movimento e mãe de Gabriel, que tem 15 anos e Síndrome de Down – desde o primeiro momento se defendeu a vacina para todos e todas. No entanto, mediante a escassez de doses, foi preciso fazer a opção de salvar vidas conforme os grupos prioritários, tal feito como os idosos, por serem mais suscetíveis aos riscos postos pelo vírus. No entanto, prefeituras em diversos estados do país não têm se atentado ao direito desses jovens, preferindo imunizar prioritariamente, apesar de isso ferir a legislação, aqueles considerados economicamente ativos.  

Segundo Marinalva, professora e coordenadora do Laboratório de Inclusão e Mediação Simbólica da UFRJ, inicialmente, o secretário de saúde de Niterói não queria nem receber o movimento de pais e de mães de jovens com comorbidade. Mas foi a força do próprio movimento – munido de estudos e de comprovações cientificas, da força das leis, das matérias na imprensa, do apoio dos movimentos sociais e sindicais, dos partidos de esquerda – que gerou a pressão necessária para que as autoridades municipais reservassem, enfim, um novo lote da Pfeizer. Este é único imunizante possível de ser aplicado na referida faixa etária, conforme decisão da Anvisa em 11 de junho. “Falamos em vida em todos os sentidos; falamos de adolescentes”, disse, defendendo q os prefeitos sigam o exemplo da cidade metropolitana. “Não tem mais argumento para outras localidades dizerem que não há autonomia ou que vai faltar vacina. Só com a luta a gente consegue”, avaliou.  

A docente também lembrou que a Pfeizer foi a empresa que enviou os 186 e-mails que o Bolsonaro não respondeu.  “Bolsonaro recusou a Pfeizer por negacionismo e por corrupção. Não ponho nenhuma esperança em institucionalidade em nosso país, mas a própria existência da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI é força dos movimentos sociais, pois estamos há mais de um ano denunciando o negacionismo, o desmonte dos serviços públicos”, disse ao participar ao vivo da transmissão dos protestos do último sábado 24, transmitida conjuntamente pela TV Aduff, o Sintuff e o Sindscope. 

Veja aqui: https://youtu.be/iGcJuzamSpw?t=9398

Da Redação da ADUFF | Por Aline Pereira

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