Um "superpedido" de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro foi protocolado por parlamentares, representantes de partidos políticos e de movimentos sociais e populares, na Câmara dos Deputados, ao final da tarde desta quarta-feira, dia 30 de junho. Leia a íntegra ao final (arquivo em PDF)
A entrega do referido documento à Casa do Legislativo integra o calendário nacional de luta pelo 'Fora Bolsonaro', que unificou lideranças de diversos partidos políticos, movimentos sociais e sindicais pelo impeachment. No sábado 3 de julho, acontecem novos atos em todas as capitais e mais em diversas cidades do país. Os manifestantes vão denunciar o presidente que desde o início da pandemia minimizou as consequências do vírus para os brasileiros e deixou que o Brasil ultrapassasse as 500 mil mortes pela covid-19.
Será o terceiro ato contra Bolsonaro, realizado nesse contexto. Os dois primeiros aconteceram nos dias 29 de maio e 19 de junho e, como afirmam os participantes, a postura negacionista do presidente tem se mostrado ainda mais danosa que o vírus. Entretanto, organizadores alertam para as medidas de segurança, como o uso de boa máscara (preferencialmente N95 ou PFF2) e álcool em gel.
O documento
O documento tem 271 páginas e conta com 46 signatários. Renova os fundamentos de outros 122 pedidos anteriores, já apresentados ao Legislativo e até agora engavetados. Entre os argumentos estão a má condução do governo federal na contenção da pandemia, o boicote às medidas de segurança sanitária, a denúncia de corrupção envolvendo a compra da vacina Covaxin e ainda recentes atos oficiais e declarações públicas geradoras de instabilidade institucional.
O texto afirma e justifica, com base na legislação, que o presidente Jair Bolsonaro cometeu diversos crimes, desrespeitando os preceitos constitucionais, entre eles o livre exercício dos poderes legislativo e judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados; contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais (práticas de abuso de poder); contra a segurança interna (no que concerne à pandemia da covid-19) e improbidade na administração.
Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Vanor Correa.