Jun
14
2021

Brasil volta às ruas sábado (19) pelo fim do governo que nega vacina e ataca serviços públicos

Ponto de encontro do ato no Rio, que defenderá "Fora Bolsonaro e Mourão", é às 10h no Monumento Zumbi; uso de máscaras é obrigatório

 

 

 

A rejeição ao governo do presidente Jair Bolsonaro voltará às ruas de dezenas de cidades do país no próximo sábado, dia 19 de junho de 2021. Na capital fluminense, o ato está marcado para começar às 10 horas, no Monumento Zumbi dos Palmares, na avenida Presidente Vargas. O uso de máscara, de preferência modelo PFF2, álcool gel e manutenção de distanciamento são obrigatórios. Há manifestações convocadas para outras 14 cidades no Estado.

O protesto está sendo chamado de 19J e defenderá a preservação de vidas, apontando o fim do governo (Fora Bolsonaro e Mourão) como uma das medidas para enfrentar o que as entidades organizadoras classificam como um verdadeiro 'genocídio' em curso no país. Hoje, quase 15 mil pessoas morrem todas as semanas em decorrência da pandemia da covid-19. 

A defesa da educação, da saúde e do conjunto dos serviços públicos, em contraposição à 'reforma' Administrativa e às privatizações, também estará entre as bandeiras das manifestações, assim como a reversão dos cortes orçamentários nas redes federais de ensino. As mudanças na Constituição que o governo tenta aprovar no Congresso Nacional (PEC-32/2021) estão sendo comparadas a um desmonte com potencial para destruir os serviços públicos e gratuitos hoje oferecidos à população.

A luta contra o "extermínio do povo negro", seja por meio de ações policiais, seja pela pandemia e seus reflexos, também está na pauta de reivindicações dos atos.

A mobilização defenderá ainda o pagamento de auxílio emergencial em valores que permitam minimamente à população em situação de maior vulnerabilidade enfrentar e sair viva da pandemia. 

O auxílio começou a ser pago em 2020 em valores mínimos de R$600,00, hoje foi reduzido, após três meses de suspensão, ao piso de R $150,00. O governo queria pagar apenas R$200,00 à época, mas o Congresso Nacional triplicou o valor.

Foi justamente neste período sem o auxílio que a pandemia mais cresceu no país, chegando a matar em média mais de três mil pessoas por dia.

Pautas pela vida

O conjunto das pautas e reivindicações que serão levadas aos atos convergem para um eixo central: a defesa da preservação de vidas, como um valor acima de quaisquer outros, como a manutenção dos lucros capitalistas.

Assim, os atos se contrapõem integralmente às manifestações bolsonaristas de extrema direita que o presidente vem chamando. Como o passeio de motos realizado em São Paulo no sábado (12), que, segundo a Polícia Militar, reuniu 12 mil motociclistas, vindos de várias cidades paulistas e de outros estados. Uma das características do protesto foi o não uso de máscaras de proteção. O presidente e seus seguidores acham que as máscaras 'incomodam' e fazem propaganda do boicote à medida que, segundo cientistas de todos os continentes, pode preservar vidas na pandemia, que no Brasil esta semana tende a atingir a marca de 500 mil óbitos, segundo as secretarias de Saúde.

A CPI da Covid no Senado confirmou, com base em vários e recentes depoimentos, que o governo se negou a comprar vacinas em 2020, o que poderia ter salvo dezenas ou centenas de milhares de vidas perdidas para covid-19. Faz poucos dias, Bolsonaro disse que o Ministério da Saúde iria orientar o não uso de máscaras por quem já foi vacinado. Até hoje, em quase seis meses de vacinação, pouco mais de 10% da população está totalmente imunizada. Cientistas avaliam que somente quando 70% estiverem vacinados haverá possibilidade de controle da pandemia.

Quem organiza

A Aduff-SSind (Associação dos Docentes da UFF - Seção Sindical do Andes-SN) participa da convocação da manifestação, que ocorre cerca de 15 dias após os atos de 29 de maio  contro Bolsonaro realizados em pelo menos 213 cidades do Brasil - provavelmente a jornada de maiores manifestações no país desde o início da crise sanitária,c em maro de 2020.

Convocam os protestos deste sábado (19), além de centenas de sindicatos e organizações políticas e populares, a Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular, Comitê em Defesa da Vida, Fórum por Direitos e Liberdades, Movimento Acredito, Frente pela Vida, Coalizão Negra por Direitos e Comitê de Luta Contra as Privatizações. Atos já estão marcados nas seguintes cidades do Estado do Rio: Angra, Barra do Piraí, São Jesus do Itabapoana, Cabo Frio, Campos, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Resende, Rio das Ostras, Teresópolis, Valença e Volta Redonda, além do ato central no Centro do Rio.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho