Jun
08
2021

Ato na tarde de ontem (07) marcou 2 anos do despejo de moradores do “Prédio da Caixa”, em Niterói (RJ)

 Comissão de moradores também está recebendo doações para a distribuição de cestas básicas entre as famílias em extrema necessidade. A chave do PIX divulgada pelo movimento é: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Na tarde de ontem (07), data em que se completou 2 anos da remoção da ocupação do “Prédio da Caixa”, na Av. Amaral Peixoto, em Niterói, moradores despejados realizaram ato em frente à antiga ocupação, reivindicando acesso à moradia digna através de um projeto que garanta o retorno dos removidos ao prédio e o aluguel social para as famílias que ainda estão sem assistência. No ato, ainda reivindicaram o direito de retirar urgentemente os pertences que seguem no prédio, além de investigação e indenização moral e material pelo furto de pertences no edifício.
 
O prédio, que possui 382 unidades habitacionais e 13 lojas, foi alvo de desocupação violenta em 7 de junho de 2019, após decisão judicial interditar o local sob alegação de situação de risco. Na época, residiam no “Prédio da Caixa” mais de 150 famílias. Em fevereiro de 2020, o então prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT) anunciou um plano de habitação social para o edifício na abertura do ano legislativo. Contudo, com o início da pandemia, o município não deu segmento ao projeto. No início deste mês, em vistoria realizada pelos representantes das famílias ao prédio em conjunto com a prefeitura, os moradores ainda constataram que houve furto aos seus pertences.
 
Em entrevista ao Brasil de Fato, a geógrafa e representante dos moradores do “Prédio da Caixa”, Lorena Borges, afirmou que apesar do diálogo com a prefeitura, os moradores seguem sem respostas sobre o futuro das famílias que residiam no edifício. “Queremos uma indenização material e moral por tudo o que passamos e perdemos ao longo desses dois anos e, principalmente, retornar para o prédio. Queremos um projeto da prefeitura participativo e democrático que estejamos presentes e garanta o retorno para o prédio dos moradores que se enquadram na moradia de interesse social”, disse.
 
Na próxima terça-feira, dia 15 de junho, a Comissão de Moradores do Prédio da Caixa e o mandato do vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL) organizam uma Audiência Pública para discutir a situação dos moradores despejados, as pendências no aluguel social das famílias que ainda não recebem o benefício e o processo de desapropriação dos apartamentos.
 
Integrante da diretoria da Aduff-SSind, a professora da Faculdade de Educação, Gelta Xavier, reafirma o apoio da entidade à luta das famílias por moradia e por uma vida digna.
 
“O direito à habitação se associa a tantos outros como o direito ao trabalho, à alimentação, à saúde pública, questões sociais e políticas urgentes, principalmente durante uma pandemia, que expõe o lado mais perverso da sociedade capitalista. Essas famílias foram expulsas de suas casas e têm direito e desejo de viver dignamente. É importante ressaltar que os movimentos sociais organizados têm indicado a importância da realização de ações de solidariedade ativa. A Aduff se soma a esses esforços e têm colocado a sede à disposição para arrecadação de alimentos e organização das cestas a serem doadas pelas campanhas promovidas pela rede da União dos Fóruns de Niterói, São Gonçalo e Maricá”, afirma.
 
Da Redação da Aduff, com informações de Brasil de Fato. Fotos: mandato Paulo Eduardo Gomes

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