Mai
14
2021

Construir a mobilização conjunta na UFF para enfrentar os ataques de Bolsonaro

Pela primeira vez governo não garante sequer recursos para folha, disse reitor na reunião virtual; Aduff destaca paralisação no dia 19 e construção de assembleia comunitária

A Universidade Federal Fluminense teve um corte no orçamento de R$33 milhões e outros R$22,7 milhões seguem bloqueados, conforme informou o reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega ao participar da "Assembleia Tira a Mão da Federal", realizada na manhã desta sexta-feira (14), organizada e conduzida pelo Diretório Central dos Estudantes da UFF. 

O Reitor exibiu dados que revelam corte no orçamento da Universidade Federal Fluminense nos últimos anos e demonstrou como, sobretudo a partir de 2016, o montante ao qual a instituição precisa para se manter foi drasticamente reduzido. “Quero apresentar os números e dizer que minha contribuição vai ser apresentar evidências para que se fortaleça a luta pela universidade e pelo povo brasileiro”, disse. 

De acordo com ele, 60% do orçamento condicionado foi liberado pelo Ministério da Economia neste dia (13); mas ainda existem R$22,7 milhões que continuam bloqueados. “Pela primeira vez na história, não existe um compromisso do Tesouro em garantir folha de pagamento; até R$22,7 milhões do nosso dinheiro poderá ser retirado de verbas de custeio (funcionamento de gastos de contratos, bolsas e auxílios) para fechar folha de pagamento. Queria chamar atenção e dizer que estamos dispostos a trabalhar de forma articulada contra os cortes”, disse o reitor. 

Ele também explicou que, em meio à pandemia, a UFF “enxugou” alguns gastos e economizou R$ 18 milhões em relação às despesas que envolvem energia, água, restaurante universitário, limpeza e motorista.  A partir deste montante, aplicou R$19 milhões em recursos para editais que beneficiam estudantes e professores, retomando alguns projetos de extensão e de pesquisa. Segundo o reitor, a Universidade Federal Fluminense não vai fechar porque ela é “maior do que qualquer governo”.

Mobilização

Organizações sindicais e da educação se organizam para a construção de um dia de mobilizações nacionais em defesa da educação pública e contra o governo Bolsonaro na próxima quarta-feira, 19 de maio. 

Assembleia dos docentes da UFF realizada na quinta 13 aprovou participar dos protestos e propôs a construção de uma Assembleia Comunitária da UFF na próxima quarta-feira (19), a ser organizada em conjunto com Sintuff, DCE e APG. A proposta será debatida com as demais entidades envolvidas na organização e divulgada nos meios de comunicação da Aduff assim que estiver com data e horário confirmados.

Durante a live, foi dito que a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) se organizam para que sábado, 29 de maio, também seja um dia mobilização nacional denunciando a política de cortes e desmonte das instituições públicas. 

Nesta sexta-feira (14), às 17h, haverá um ato articulado pelos estudantes, no Centro do Rio, próximo à Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, no Largo de São Francisco. Nesta semana, a reitora da UFRJ anunciou a possibilidade de interrupção do funcionamento das atividades em função dos cortes na instituição. 

Saudações

As saudações contaram com críticas à condução do governo federal no controle da pandemia e com manifestações solidárias às milhares de vítimas dizimadas pela covid-19. Representações da APG-UFF (Marielle Franco), UEE, UNE, Diretórios Acadêmicos da UFF e Sintuff demonstraram indignação com o aprofundamento da política de cortes em serviços públicos, em especial Saúde e Educação. Para os participantes, o governo federal executa uma política genocida e que estava anunciada por Bolsonaro antes que ele ascendesse à presidência. 

Mensagem de Kate Lane Paiva, presidente da Aduff, em vídeo, foi enviada à reunião, na qual a seção sindical reafirma seu compromisso com a busca de uma mobilização unificada para defender a universidade pública. Ela saudou a assembleia e agradeceu o espaço, reforçando a importância da mobilização neste momento para enfrentar a conjuntura que se acirra em meio à frágil democracia. 

Criticou o Projeto de Lei 5595, que deseja reconhecer a educação como atividade essencial, mas não para garantir mais investimento para o setor e sim para fazer os docentes voltarem para sala de aula, no pior momento da pandemia, sem que a maioria da população ainda tenha acesso à vacina. 

Kate comentou sobre a paralisação do dia 19 e sobre a proposta de construção de uma assembleia comunitária no mesmo dia, como enfrentamento as medidas do governo que atingem a Educação.  “Continuamos com nossa pauta em defesa do serviço público, contra a reforma administrativa, pela defesa da vida, com vacinação para todos, com direito para os trabalhadores e trabalhadoras. Fora Bolsonaro e Mourão e esse governo de morte”, disse.

Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira

 

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