Jun
26
2020

Carlos Decotelli é o terceiro a assumir o Ministério da Educação em gestão Bolsonaro

Ao anunciar o novo Ministro, o presidente afirmou que ele era doutor pela Universidade de Rosário, na Argentina - o que o Reitor da instituição contesta, revelando ter havido reprovação da tese 

Carlos Decotelli é o terceiro a assumir o Ministério da Educação em gestão Bolsonaro / Agência Brasil

Oficial reserva da Marinha, Carlos Alberto Decotelli da Silva assume o Ministério da Educação, a partir desta quinta-feira (25). Ele é o primeiro ministro negro e o terceiro a ocupar a pasta, depois da demissão de Abraham Weintraub e de Ricardo Vélez, em um ano e meio de gestão do governo de Jair Bolsonaro. Decotelli é formado em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Mestre pela Fundação Getúlio Vargas e foi apresentado pelo Presidente como Doutor pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina) – o que foi desmentindo pelo Reitor da instituição, afirmando que ele cursou os créditos mas foi reprovado pela banca avaliadora.

Com experiência no mercado financeiro, Decotelli atuou como docente na na Fundação Getulio Vargas e na Escola de Guerra Naval – EGN. É ex-Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Durante a sua gestão à frente do FNDE, a Controladoria-Geral da União observou irregularidades em edital de R$ 3 bilhões de um pregão para a compra de equipamentos de tecnologia educacional.

O nome de Decotelli teria sido indicado por militares mais moderados que despacham com o presidente e indica uma maior inserção das Forças Armadas no governo, evidenciando uma tentativa de romper com a ala mais ideológica que tem como mentor o dito filósofo Olavo de Carvalho. 

“Um ministro da educação que mente seu currículo e que esteve à frente de uma gestão marcada por irregularidades em edital. não nos inspira nenhuma confiança. Ademais, é uma pessoa que se alinha a um projeto de poder com características fascistas, que defende a tortura e o autoritarismo. Como temos afirmado, não temos expectativas de que o Ministério da Educação seja ocupado por alguém que rompa com esse alinhamento com setores conservadores e privatistas.”, disse Marina Tedesco, presidente da Aduff. Para ela, os docentes, técnicos e estudantes devem permanecer em luta contra as tentativas de desmonte da Educação Pública e serem intransigentes em relação à defesa de uma Educação pública, gratuita, socialmente referenciada, laica e, de fato, emancipadora.

Da Redação da ADUFF
Com informações da ADUFRJ 
foto: Agência Brasil 

Carlos Decotelli é o terceiro a assumir o Ministério da Educação em gestão Bolsonaro / Agência Brasil

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