Abr
01
2019

Atos de repúdio ao golpe de 64 continuam nesta segunda (1°)

Na Uerj, Andes-SN será homenageado pelo Tortura Nunca Mais com medalha Chico Mendes; na Casa do Porto, haverá 'descomemoração' do golpe. No domingo (31), atos repudiaram o golpe empresarial-militar de 64

 

 

As manifestações de repúdio ao golpe de 1964, que levou o país a 21 anos de ditadura empresarial-militar, continuam nesta segunda-feira (1°) e vão marcar pelo menos duas atividades programadas para a data: na entrega da Medalha Chico Mendes, pelo Grupo Tortura Nunca Mais–RJ, entre outros, a partir das 17h30, na Uerj, e a Descomemoração do Golpe de 1964, na Casa do Porto, a partir das 18h30min.

O repúdio à ditadura foi alvo de atos realizados em várias cidades do país no domingo (31), em manifestações convocadas em resposta à determinação do presidente Jair Bolsonaro para que o 55° aniversário do golpe fosse "devidamente comemorado" nos quartéis. No Rio, cerca de duas mil pessoas participaram do ato na Cinelândia, no centro da cidade. A maioria vestia preto. Partidos de esquerda, organizações sociais e entidades sindicais se revezaram em discursos do carro de som que condenavam a censura, a tortura, os assassinatos e o fim das liberdades democráticas que marcaram o período ditatorial. O ataque aos direitos sociais e trabalhistas, como a reforma da Previdência, também foi destacado. Houve ainda menções frequentes ao assassinato da vereadora Marielle Franco, no ano passado, e a defesa da liberdade para o ex-presidente Lula.  

Medalha

A entrega da medalha Chico Mendes ocorre sempre no 1º abril ou em data próxima, com a intenção de relembrar as atrocidades da ditadura. Instituída pelo Grupo Tortura Nunca Mais–RJ em 1989, a medalha busca homenagear pessoas, movimentos sociais e entidades que se destacam nas lutas de resistência popular, contra a repressão e todas as formas de violência institucionalizada, na defesa dos direitos humanos e dos povos.

Neste ano, o Sindicato Nacional dos Docentes (Andes-SN) está entre os homenageados. "Em tempo de tantos retrocessos, de incentivo ao ódio, de comemoração da ditadura empresarial militar, receber essa medalha significa o reconhecimento ao histórico de luta e comprometido do Andes-SN com as liberdades democráticas. Esse é um momento para nos fortalecermos e seguirmos na luta por uma outra sociedade", afirma a docente da UFF Eblin Farage, secretária-geral do Andes-SN.

A cerimônia da entrega das medalhas, aberta a todos interessados, será na Capela Ecumênica da Uerj, no campus Maracanã, a partir das 17h30. A vereadora Marielle Franco, do PSOL, executada no dia 14 de março de 2018, será homenageada in memoriam. A diretoria da Aduff-SSind estará presente e convida professoras e professores interessados em participar. O evento é aberto.

Descomemoração

Uma cerimônia de ‘Descomemoração do golpe de 1964’ acontece nesta segunda-feira, 1º de abril, a partir das 18h30,na Casa Porto (Largo de São Francisco da Prainha, 4 – Saúde). A atividade é organizada pelo PSOL Carioca e tem o objetivo de debater “os motivos do golpe, os atores sociais envolvidos, as lutas e resistências, os fatores econômicos, políticos e culturais que caracterizaram a ditadura e que deixaram um legado para o Brasil que dura até hoje”.

Inicialmente, haverá uma apresentação da Escola de Teatro Popular do RJ. Em seguida, os convidados •Carlos Eduardo Martins (Professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ), Leonilde Servolo de Medeiros (Professora do programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da UFRRJ), Cecília Boal (Teatróloga e diretora do Instituto Augusto Boal), Tarcísio Motta (Historiador e vereador pelo PSOL) e Ivanilda Figueiredo (Professora Adjunta de Direto e Pensamento Politico da UERJ) vão debater “do golpe aos dias atuais”.

Haverá ainda a exposição de vídeos produzidos pela Subcomissão da Verdade na Democracia.

Aduff condena comemoração ao golpe

A diretoria da ADUFF divulgou nota manifestando seu total repúdio ao retorno das comemorações do golpe civil-militar-empresarial ocorrido em 1964. De acordo com a direção sindical,  “não há "comemoração devida" a governos que implementam uma política de Estado que sequestra, tortura, assassina e desaparece com quem pensa diferente”.

A gestão "ADUFF Autônoma, Democrática e de Luta" | Biênio 2018/2020 condena a decisão do presidente Jair Bolsonaro em relação ao golpe e decidiu ajudar a divulgar todas as atividades que repudiam a comemoração do golpe de 64.

Veja a nota da diretoria da Aduff na íntegra: https://bit.ly/2FGTJ7f

Da Redação da ADUFF

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