Mar
20
2019

Nota de solidariedade e apoio aos trabalhadores terceirizados da UFF

Nós, docentes da UFF reunidos em Assembleia Geral da ADUFF realizada em 19 de março, prestamos aqui toda nossa solidariedade aos trabalhadores terceirizados da UFF e nosso apoio à greve que os mesmos iniciaram ontem, dia 18 de março, devido ao não pagamento de seus salários.

Consideramos há muito tempo nefasta a escolha pela terceirização de trabalhadores em nossa Universidade, e defendemos que todos nós tenhamos os mesmos direitos e garantias, pois todos fazemos trabalho necessário para a universidade em seus muitos âmbitos e demandas. A universidade precisa de limpeza, segurança, alimentação e manutenção da mesma forma que precisa de professores, alunos, infraestrutura e computadores. Somos uma comunidade e dependemos uns dos outros para funcionar.

Somou-se à precariedade trabalhista, nos últimos anos, a falta de pagamento de salário a esses trabalhadores terceirizados. Um salário que já se situa perto do mínimo e é a única fonte de renda de centenas de trabalhadores, que dele dependem para sustentar a si e suas famílias. Temos que notar que essa prática está instalada nas administrações superiores das universidades públicas e se repete em inúmeras outras, além da UFF. Estas administrações, vendo seu orçamento diminuído, decidem cortar gastos, ou adiar pagamentos, justamente dos que ganham menos e menos conseguem se mobilizar para fazer frente a sua própria exploração. Esses trabalhadores vêm sofrendo há anos com o não pagamento de seus salários, somado às incertezas quanto à continuidade do contrato, à intensa rotatividade e à notória falta de direitos trabalhistas e previdenciários, o que caracteriza sua clara condição de super-exploração.

Somos solidários aos trabalhadores terceirizados e nos manteremos atentos e unidos para sempre melhorar as condições de vida e trabalho de todos os seguimentos da comunidade universitária. Por isso, julgamos um avanço que estes trabalhadores tenham iniciado sua greve, de justíssima causa, e estejam buscando dar publicidade aos seus problemas. Sua mobilização serve para indicar possíveis alternativas à administração universitária, que deve, em nosso ver, reconsiderar a decisão desumana e cruel de cortar justamente a carne dos que menos têm para viver.

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