Set
05
2018

Ato em solidariedade ao Museu Nacional e Grito dos Excluídos marcam sexta (07) de feriado no Rio

Aduff convoca docentes para as duas atividades; “bloco” do ANDES-SN concentra às 9h, na Aldeia Maracanã, segue em marcha para a Quinta da Boa Vista e depois vai ao Grito, no Centro do Rio

O Andes-Sindicato Nacional e a Aduff-SSind convidam toda a comunidade acadêmica da UFF e o conjunto dos docentes das universidades públicas do Rio de Janeiro para as atividades de rua que acontecerão no feriado nacional, nesta sexta (07). Além do já tradicional Grito dos Excluídos - que sai às ruas este ano com o lema “Vida em primeiro lugar, desigualdade gera violência: Basta de privilégio!”, – ato em solidariedade ao Museu Nacional também será realizado como protesto à destruição da memória, da educação e da ciência e tecnologia no Brasil, diante do ocorrido na noite do último domingo. O incêndio que reduziu a cinzas o maior acervo cultural e científico da América Latina se relaciona diretamente ao agravamento do desmonte dos serviços públicos no Brasil, que vem se intensificando nos últimos anos.

Com o intuito de mobilizar para as duas atividades, a regional Rio do ANDES-SN está convocando um “bloco de docentes”. A ideia é que professoras e professores marchem junto com os demais trabalhadores e movimentos sociais organizados contra a política de sucateamento das Universidades públicas e das instituições de pesquisa do Brasil, em defesa dos serviços públicos no país e pela revogação da Emenda Constitucional 95 que limita os investimentos do governo em saúde e educação por 20 anos.

A concentração do “bloco” será na Aldeia Maracanã, a partir das 9h, onde também se concentra o Ato em solidariedade ao Museu Nacional. De lá, os docentes e o conjunto dos manifestantes seguem em caminhada até a Quinta da Boa Vista. Após o término do ato no Museu Nacional, previsto para às 13h, professoras e professores se incorporam ao Grito dos Excluídos, na Cinelândia (concentração a partir das 9h, na esquina entre a Presidente Vargas e a Uruguaiana).

“Estamos convocando para o ato em solidariedade ao Museu e, ao mesmo tempo, indicando a importância de fortalecer o Grito dos Excluídos com o conjunto da classe trabalhadora e dos que foram subalternizados ao longo da história brasileira, denunciando, por exemplo, que ao mesmo tempo que a gente tem em razão da EC 95 a retração do orçamento para políticas sociais como saúde, cultura e educação, existe um amplíssimo investimento na belicidade do Estado com a intervenção federal militarizada aqui no Rio, deixando bilhões para uma política de segurança pública que promove dentro da sua lógica o genocídio da população pobre do Rio. Mais do que nunca é necessária que os docentes estejam nas ruas com os demais trabalhadores para dar um basta nesta situação”, destaca a professora da Faculdade Nacional de Direito (FND) da UFRJ, Mariana Trotta.

A docente ressalta ainda a necessidade de enfrentamento ao discurso midiático que sinaliza que a culpa pelo incêndio é de gestão da UFRJ.  “A ausência de investimentos adequados para a UFRJ e para o Museu que gerou essa barbárie, uma política de austeridade fiscal neoliberal do governo federal, agravada a partir do impeachment da Dilma e com o Temer assumindo a presidência, sendo a Emenda Constitucional 95 um dos projetos desse cenário e de desmonte dos serviços públicos no Brasil, com o processo de privatização. Vale lembrar a decisão do SFT entendendo como constitucional a lei das terceirizações irrestritas. A gente já percebe nos noticiários da mídia hegemônica uma sinalização de que a solução para o Museu Nacional, por ser um problema de gestão, seria a criação de organizações sociais para administrar o Museu. Ou seja, transferir recursos públicos para a iniciativa privada que vai terceirizar trabalhadores e agravar ainda mais o impacto. A gente pode ver a questão da saúde no Rio, que é mobilizada pelas OS. É fundamental que a gente esteja na rua para mudar esse cenário, que caminha para o fim do serviço público e para o agravamento dos problemas sociais no Brasil”, conclama.

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