Ago
28
2018

Debate e lançamento de livro problematizam legado da ditadura no país

Atividade acontece no dia 12 de setembro, na UFF em Angra dos Reis, com a presença da professora Virgínia Fontes

"Universidade e Ditadura - Passado e Presente" é o tema do debate que acontece na quarta-feira (12), entre 18h30 e 20h30min, no campus da UFF em Angra dos Reis. A mesa será composta por Virgínia Fontes – professora do Curso de História da UFF e da Escola Politécnica Joaquim Venâncio da Fiocruz – e Demian Melo – docente de História do Curso de Políticas Públicas do Instituto de Educação em Angra dos Reis (IEAR-UFF). O professor Rafael Vieira, do Curso de Políticas Públicas da UFF, irá mediar os trabalhos, que contam com apoio do curso de Políticas Públicas, do Conselho de Representantes e da Diretoria da Aduff-SSind.

"A ideia da atividade é propor uma reflexão sobre os impactos da ditadura e suas permanências, além de discutir os ataques autoritários que a Universidade vem sofrendo hoje em dia”, explica Rafael Vieira, um dos pesquisadores e organizadores do livro “Atitudes de Rebeldia: as formas da universidade tecnocrática, o aparato vigilante/repressivo e as resistências dos professores da UFF durante a ditadura", recentemente publicado com o apoio da seção sindical.

Após o debate, haverá o lançamento da obra de 303 páginas, fruto do relatório final do projeto “Memórias da Ditadura na UFF” e da pesquisa feita por Rafael Vieira; com a coordenação de Wanderson Melo, professor da UFF de Rio das Ostras que coordena o "Grupo de Trabalho História do Movimento Docente" local e que integrou, de 2012 a 2014, a diretoria da Aduff. A publicação de "Atitudes de Rebeldia" acontece no ano em que a Aduff-SSind comemora 40 anos de existência, mas também lembra - para que nunca mais se esqueça - os 50 anos do Ato Institucional-AI 5 no Brasil.

Rafael explica que, no passado recente da história contemporânea no Brasil, as universidade em geral e a UFF em particular foram mutiladas durante o período da ditadura, a partir de uma conjuntura de terror e de censura. Professores, técnicos e alunos foram cassados ou perseguidos; havia um clima geral de medo e de silenciamento que afetou profundamente o funcionamento das universidades e a própria produção de conhecimento. “É nesse quadro que se gesta uma concepção de educação profundamente problemática e que amplia sua hegemonia, hoje em dia, que a compreende como capital humano e os sujeitos como empresas de si mesmos a procura de valorização”, avalia o docente, que também integra o Conselho de Representantes da Aduff.

Para Rafael, é possível estabelecer paralelo entre o tempo pretérito e a atualidade, sobretudo no momento em que setores conservadores se arvoram no direito de contestar ou interferir na autonomia universitária e na liberdade de cátedra – a exemplo do ‘Movimento Escola Sem Partido’ e das perseguições policiais e judiciais aos docentes e pesquisadores de algumas universidades do país que denunciam as arbitrariedades da conjuntura política no país (com o golpe de 2016 que levou Michel Temer à presidência) e os que ainda problematizam questões relativas a gênero, raça, sexualidade, políticas públicas e temas correlatos.

Da Redação da ADUFF Por Aline Pereira 
Foto: Detalhe da capa do livro “Atitudes de Rebeldia: as formas da universidade tecnocrática, o aparato vigilante/repressivo e as resistências dos professores da UFF durante a ditadura".

Additional Info

  • compartilhar: