Dez
15
2017

Governo desiste de votar ‘Previdência’ este ano e movimento contra PEC comemora

Após declarações desencontradas, falta de votos se impõe e obriga governo a adiar para 2018 tentativa de pautar PEC 287

A desistência do governo Michel Temer de votar a reforma da Previdência este ano foi comemorada pelos militantes que atuam na campanha em defesa do direito à aposentadoria e pela rejeição da Proposta de Emenda Constitucional 287/2016.  

A constatação de que o governo não possui os 308 votos de deputados necessários para alterar a Constituição Federal e aprovar a PEC 287 se consolidou após uma série de declarações desencontradas de lideranças da base governista. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi o primeiro a chamar jornalistas no Senado e afirmar que a proposta não seria levado a voto este ano. Líder do governo, Jucá foi desmentido em nota divulgada pelo Planalto. 

No dia seguinte, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, declarou que a possível votação da reforma oficialmente ficava para 2018. A notícia foi comemorada pelos movimentos que defendem a Previdência Pública e denunciam que a PEC 287 é um brutal ataque aos direitos previdenciários. 

O governo, no entanto, buscou difundir a mensagem de que estava desistindo de tentar votar em 2017, mas mantém a proposta nos planos de aprovação para 2018. Rodrigo Maia disse que a apresentação do substitutivo à proposta aprovada nas comissões está marcada para 5 de fevereiro e que pretende votar a matéria no dia 18 do mesmo mês.

“Temos motivo para comemorar”, disse o professor Matheus Tomaz, da UFF em Campos dos Goytacazes, ao comentar a não aprovação da PEC este ano. “Depois de um ano difícil, com tantos ataques, conseguimos resistir e [impedir] a PEC da Previdência”, observou. O docente ressaltou que as lutas de 2017 foram válidas, fundamentais, e precisam ser retomadas em 2018 para derrotar de vez a PEC da Previdência. 

DA REDAÇÃO DA ADUFF | Por Hélcio Lourenço Filho. Foto: Agência Brasil - Senador Romero Jucá em entrevista aos jornalistas