Nov
24
2017

Centrais sindicais convocam greve nacional contra a reforma da Previdência

 

Greve nacional é convocada para 5 de dezembro por 8 centrais sindicais contra a PEC 287; mobilização terá ato de servidores dia 28 em Brasília

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Dois dias após o governo apresentar uma nova versão da proposta, centrais sindicais decidiram convocar juntas uma 'greve nacional' para o dia 5 de dezembro, em todo o país, contra o que classificam como o "desmonte da Previdência Social" e em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Nota assinada por oito centrais sindicais convocam a paralisação. São elas: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Intersindical, CGTB e CSP-Conlutas. "As Centrais Sindicais exigem que o Congresso Nacional não mexa nos direitos trabalhadores!", diz trecho final da nota (íntegra ao final do texto).

A reunião, nesta sexta-feira (24), ocorreu na sede da Força Sindical, em São Paulo. A data apontada pelas centrais é véspera do dia já mencionado pelo governo como possível data de votação da PEC 287 no Plenário da Câmara dos Deputados. 

A proposta de emenda constitucional elimina uma série de direitos previdenciários dos trabalhadores, sob o argumento de combater um suposto e contestado déficit financeiro no sistema. 

Reação

As articulações conjuntas entre as centrais sindicais haviam esfriado desde a convocação da greve geral para 30 de junho passado, que acabou sendo desmobilizada pelas maiores centrais – declaradamente, pela Força Sindical e a UGT, mas também houve críticas ao pouco empenho da CUT e da CTB, entre outras entidades.

A reunião na capital paulista parece apontar para a possível retomada da busca dessa unidade em ações de mobilização. A perspectiva inicial traçada no encontro é de que sejam promovidas nesse dia paralisações em pelo menos todas as capitais do país.

A reação ocorre diante da nova investida do governo de Michel Temer para tentar aprovar a PEC 287 na Câmara dos Deputados ainda esse ano. Sem votos para isso, ao menos neste momento, o governo apresentou uma versão reduzida da reforma, mas que seguiu desagradando aos sindicatos. 

Para o servidor Saulo Arcangeli, da coordenação da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), a versão ‘enxuta’ da reforma segue sendo amarga para a classe trabalhadora. "A nova proposta do governo mantém os ataques centrais, que é a questão dos 25 anos de contribuição mínima para os servidores, os 62 e 65 anos de idade, os 40 anos de contribuição, que são [regras] nitidamente voltadas para não deixar os [trabalhadores] se aposentarem", disse.

O dirigente sindical destaca a importância das manifestações nacionais previstas para acontecer em Brasília, no dia 28 de outubro, como preparatórias para mobilizações maiores e a greve nacional. "Precisamos de uma semana forte como esquenta, temos a necessidade de uma greve geral para parar o país", disse.

Entre as atividades que antecedem a greve, as centrais indicaram uma campanha nas redes sociais para 'desmascarar as mentiras do governo acerca da reforma da Previdência', pressão sobre os deputados federais nos aeroportos e em agendas públicas, assembleias e debates nas categorias, e panfletagens nas ruas de 27 de novembro a 1º de dezembro.

 

Íntegra da nota das centrais 
São Paulo, 24 de novembro de 2017

Centrais Sindicais convocam greve nacional dia 5 contra reforma da Previdência e em defesa dos direitos

Reunidas na sede da Força Sindical na manhã desta sexta-feira, 24, as Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Intersindical, CGTB e CSP-Conlutas definiram realizar GREVE NACIONAL no dia 5 de dezembro, contra a nova proposta de desmonte da Previdência Social apresentada pelo governo.

As Centrais Sindicais convocam todas as entidades sindicais e movimentos sociais a realizarem ampla mobilização nas bases – assembleias, atos, debates e outras atividades – como processo de organização de uma Greve Nacional, no dia 5 de dezembro, contra as propostas de reforma da Previdência Social, que acaba com o direito à aposentadoria dos trabalhadores brasileiros.

As Centrais Sindicais exigem que o Congresso Nacional não mexa nos direitos trabalhadores!

CUT, CTB, CSB, CSP-CONLUTAS, UGT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

 

Ato na greve geral de 28 de abril, no Rio Ato na greve geral de 28 de abril, no Rio / Clever Fleliz

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