Ago
04
2017

Ato em defesa do funcionalismo estadual propõe calendário unificado de lutas no Rio de Janeiro

Na terça (08), às 14h, ato “Cadê meu dinheiro? Fora Pezão” vai ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, exigir pagamento imediato dos salários atrasados dos trabalhadores

Professor da Uerj, Guilherme Vargues fala em ato em defesa do funcionalismo estadual organizado pela CSP-Conlutas Professor da Uerj, Guilherme Vargues fala em ato em defesa do funcionalismo estadual organizado pela CSP-Conlutas / Luiz Fernando Nabuco

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A CSP-Conlutas, central sindical popular da qual o ANDES-SN é filiada, realizou, na quarta (02), ato em solidariedade aos cerca de 200 mil servidores públicos estaduais ativos e aposentados do Rio de Janeiro que chegam a agosto com 3 meses de salários atrasados em 2017, mais o décimo-terceiro salário de 2016. O evento aconteceu no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e contou com representações do Andes-SN, Aduff, Sinasefe, Asduerj, Adfaetec, Sindcope, Asfoc, Oposição Sintuperj, Oposição de Correios, entre outros. No espaço, os trabalhadores defenderam um calendário unificado de lutas no Rio de Janeiro e a construção de uma greve geral estadual. Também foi aprovada uma moção de apoio à campanha pela liberdade imediata de Rafael Braga (saiba mais em: http://tinyurl.com/y7q4e2jn)

“Para além do parcelamento e do atraso dos salários, a fila de servidores públicos ativos e aposentados que se inicia na madrugada para recebimento de cestas básicas tem que nos emocionar e causar nossa indignação. Essa situação de humilhação imposta pelo governo de Pezão precisa ser revertida. Os trabalhadores não estão sozinhos”, ressaltou Joana Oliveira, integrante da executiva nacional da CSP-Conlutas. Na manifestação, foram vários os relatos de trabalhadores endividados, sem dinheiro para comprar comida e remédios, para pagar passagem de ônibus, que estão se desfazendo de bens e com problemas de saúde mental. “Ouvir de um colega que no final de semana ele, a mulher e os filhos não tinham nada para comer em casa é uma coisa chocante, pavorosa, um filme de terror, mas é a mais crua realidade dos trabalhadores do estado do Rio”, lamentou Amarildo, professor da Faetec de Petrópolis e integrante da diretoria da Adfaetec, associação dos docentes da Faetec, seção sindical do ANDES-SN.

Presente no ato, a presidente do ANDES-SN e professora do curso de Serviço Social da UFF, Eblin Farage, ressaltou que o objetivo da iniciativa era agregar mais força à luta que os servidores do estado do Rio já estão travando há muito tempo. “O Rio está sendo o balão de ensaio, o que acontece aqui vai chegar ou já chegou nos demais estados. Quando os governos atrasam nossos salários, contratam via OS, destroem nossas carreiras, retiraram nossos direitos e precarizam nossas condições de trabalho, eles estão retirando o direito da população de ter acesso a um serviço público de qualidade. O que está em jogo é nosso poder de articulação para defender os serviços e os servidores públicos”, defendeu.

Em fala bastante aplaudida, o professor da Uerj, Guilherme Vargues defendeu a unidade na luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores e pela derrubada do governo Pezão e do governo Temer. O ato aconteceu no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados absolveu Michel Temer de acusação por corrupção passiva. A articulação por resultado favorável ao presidente envolveu liberação de recursos milionários para emendas parlamentares e negociação de cargos políticos; sindicalistas comentam decisão. (Saiba mais em:http://tinyurl.com/ya2ednan)

“A gente ouve dizer nos jornais que o estado do Rio de Janeiro vive uma crise, mas nós que vivemos e trabalhamos nesse estado, nós que enfrentamos as consequências nefastas desse governo sabemos que não se trata necessariamente de uma crise. Se trata de uma rapinagem organizada de uma quadrilha de políticos corruptos somado a um capitalismo e uma burguesia que não tem escrúpulos na maximização de seus lucros. Eles exploram nosso trabalho, aumentam a repressão, censuram espaços de diálogo, atacam duramente nossos direitos, desmancham a coisa pública, ferem de morte o acesso à educação e à saúde pública de qualidade”, frizou.

Os técnicos-administrativos da Uerj estão em greve desde o início do ano e os professores da Universidade aderiram à greve no dia 1° deste mês após chegarem a uma situação limite. São quase quatro meses de salários e bolsas estudantis com atrasos, restaurante universitário fechado e uma universidade sem verba de custeio para garantir o pagamento de serviço de limpeza, vigilância e manutenção. Diante de uma política de desmonte das universidades estaduais, a reitoria da Uerj adiou por tempo indeterminado o início do ano letivo de 2017. Docentes da Uenf e Uezo também estão em greve.

“Não podemos continuar pagando pela crise dos ladrões e do capital. Precisamos dizer 'basta' e organizar uma greve efetiva dos trabalhadores do Rio contra o governo de Pezão. Esse governo precisa cair. Essa é a única saída para tirar a Uerj e as demais estaduais da crise e reverter o estado de calamidade da saúde pública no estado. Calamidade é o Palácio Guanabara, calamidade é o governo Pezão. Fora Pezão e Fora Temer”, finalizou Guilherme.

Da redação da Aduff-SSind | Por Lara Abib

 

 

Professor da Uerj, Guilherme Vargues fala em ato em defesa do funcionalismo estadual organizado pela CSP-Conlutas Professor da Uerj, Guilherme Vargues fala em ato em defesa do funcionalismo estadual organizado pela CSP-Conlutas / Luiz Fernando Nabuco

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