Assembleia convocada pela Aduff para o dia 6 de junho tem na pauta luta contra reformas de Temer, greve geral de 48h, mobilização pelo fim do governo e debate sobre eleições já
DA REDAÇÃO DA ADUFF
A acelerada e instável conjuntura política brasileira, a aparente fragilidade do governo de Michel Temer após a divulgação de conversas telefônicas comprometedoras, a defesa ou não das 'Diretas Já' e ainda a urgente necessidade de manter a mobilização contra as reformas que reduzem direitos – culminando com a possibilidade de uma greve geral de 48 horas – devem dar o tom de boa parte os debates que serão travados na Assembleia Geral dos Docentes da UFF, na próxima terça-feira, dia 6 de junho, às 16h, no campus do Gragoatá (Niterói/RJ), em auditório que será divulgado em breve.
Divergências sobre o momento politico atual foram explicitadas na assembleia anterior, realizada em 19 de maio, quando a categoria propôs que o sindicato e o coletivo de professores amadurecessem o debate sobre o que significa a campanha pelas ‘Diretas Já’ diante da celeridade dos acontecimentos nacionais.
Docentes sinalizaram a preocupação em não ofuscar o principal ponto de pauta de reivindicação da classe trabalhadora: a luta pelo fim das reformas trabalhista e previdenciária, que podem inviabilizar a aposentadoria para grande parte da população. Houve ainda quem afirmasse que a luta pela manutenção dos direitos historicamente conquistados e a bandeira pelas ‘Diretas Já’ pode acontecer de maneira complementar, sobretudo porque há consenso de que o Legislativo corrompido não tem legitimidade para encaminhar as alterações nas leis trabalhistas e previdenciárias, penalizando milhões de brasileiros do campo e das cidades.
Naquela assembleia, Gustavo Gomes – presidente da Aduff-SSind e professor da Escola de Serviço Social – afirmou que a crise política inviabilizou, ainda que temporariamente, as reformas postas em prática pelo governo, destacando ser imperativo manter a mobilização da classe trabalhadora contra qualquer medida que reduza ainda mais direitos. A reação de diferentes setores da sociedade tem se dado por meio de atos e manifestações contundentes, caravanas a Brasília e ainda na greve geral de 28 de abril – a primeira, no país, depois de duas décadas, paralisando diversos setores da iniciativa pública e privada.
Greve Geral
Na assembleia da terça-feira (6), os docentes vão deliberar sobre a possibilidade de deflagração de nova greve geral, convocada para o dia 30 de junho pelas centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), a qual o Andes-SN é filiado, que defendeu que a paralisação fosse de 48 horas.
Na reunião conjunta dos setores do Sindicato Nacional, que conta com a participação de representantes das seções sindicais do Andes-SN, realizada também no dia 29 de maio, os docentes indicaram a realização de uma rodada de assembleias. Essas devem acontecer entre 29 de maio e 7 de junho para deliberar sobre a reafirmação da consigna de “Fora Temer!”, redobrar as lutas para barrar as contrarreformas da Previdência e Trabalhista, revogar a Lei das Terceirizações, e construir uma Greve Geral de 48h com a maior brevidade possível. E, ainda, atualizar a política do Andes-SN até o 62° Conad, que será realizado entre os dias 13 e 16 de julho desse ano, na cidade de Niterói (RJ), sediado pela Aduff-SSind.
A próxima reunião conjunta dos setores do Sindicato Nacional está marcada para o dia 8 de junho, em São Paulo, antecedendo a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, que ocorrerá de 9 a 11 de junho, na capital paulista.
ASSEMBLEIA DOS DOCENTES DA UFF
Data: 6 de junho (terça-feira), às 16h
Pauta: 1. Informes; 2. Conjuntura e Eixos da Luta contra as reformas da previdência e trabalhista; 3. Encaminhamentos (-Greve Geral de 48h, no período compreendido entre 26 a 30/06; - Eleições gerais e diretas já); 4. Outros Assuntos.