Mai
18
2017

Aduff adia assembleia e convoca participação no ato “Fora Temer e as reformas” nesta quinta (18)

Concentração para manifestação começa às 17h, na Candelária; assembleia será nesta sexta-feira, no campus do Gragoatá

DA REDAÇÃO DA ADUFF
A assembleia dos docentes da UFF marcada para acontecer ao final da tarde desta quinta-feira (18) foi adiada, pela direção da Aduff-SSind, para esta sexta-feira (19), no mesmo local: no auditório da Escola de Serviço Social no campus Gragoatá (Bloco E), às 15h. A medida decorre da revelação das denúncias contra o presidente Michel Temer (PMDB), que suscitou a convocação de atos em todo o país, já nesta quinta, pelo fim imediato do governo e das reformas constitucionais por ele defendidas.
A Aduff-SSind está convidando os docentes e a comunidade universitária a participar da manifestação que acontecerá ao final da tarde e início da noite no Centro do Rio. A concentração para o ato começa às 17 horas, na Candelária. O protesto está sendo organizado pelas centrais sindicais, sindicato e movimentos sociais, entre eles a CSP-Conlutas e o Andes-SN.
Protestos
Haverá atos públicos e passeatas em pelo menos dezenas de cidades do país, menos de 24 horas após a revelação de que o presidente Michel Temer (PMDB) teria comprado o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara. Os protestos em geral exigem, além do fim do governo, o arquivamento das reformas por ele propostas que cortam direitos trabalhistas e previdenciários e a convocação de eleições diretas.
O escândalo revelado na noite de quarta-feira (17) impactou o país. Temer teria pedido que a empresa JBS continuasse a dar uma mesada milionária ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso na Operação Lava-Jato, para comprar o seu silêncio. A conversa estaria gravada, embora o áudio não tenha se tornado público. O seu conteúdo constaria em delação premiada do dono da gigante do ramo das carnes ainda não homologada pelo Supremo Tribunal Federal. O escândalo, divulgado pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, ganhou repercussão nacional em poucos minutos e já suscitou protestos em várias capitais ainda durante a noite.
Governo no abismo
Em caso de afastamento do presidente da República, a Constituição Federal prevê que o cargo seja ocupado interinamente pelo presidente da Câmara, que deve convocar eleições indiretas no prazo de três meses. A realização de eleições diretas exigiria uma emenda constitucional. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está sendo investigado no âmbito da Operação Lava-Jato por suposto recebimento de propina.
Na capital federal, políticos já em saídas para o governo que descartam a continuidade do atual presidente no cargo. Cogita-se, inclusive, a cassação da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral como solução ‘honrosa’ para o presidente. Muitos parlamentares, da oposição e da base governista, falaram em renúncia.
Aécio: “A gente mata antes da delação”
Uma gravação que também teria sido entregue à Procuradoria-Geral da República registraria diálogo entre o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, e o dono da JBS, Joesley Batista, na qual o parlamentar teria pedido R$ 2 milhões em propina. O senador teria dito ao empresário para que buscassem nomes de confiança para entregar e receber o dinheiro. "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer a delação”, teria dito o senador tucano, conhecido por seu desejo de se tornar presidente da República.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho