Mai
02
2017

Atos do 1º de Maio defendem liberdade para “presos políticos da greve geral”

Manifestação no Rio denunciou violência policial “criminosa” contra atos pacíficos na greve que repudiou reformas previdenciária e trabalhista

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Manifestações que marcaram o 1º de Maio - Dia Internacional dos Trabalhadores no Brasil defenderam a liberdade para os três militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) presos, pela polícia em São Paulo, durante as atividades da greve geral de 28 de abril contra as reformas da Previdência Social e das leis trabalhistas.

Os ativistas Juracy, Luciano e Ricardo foram detidos por participarem de uma manifestação da greve em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Eles são acusados de incitação ao crime, incêndio e explosão – embora, segundo testemunhas, nem sequer tenha havido incêndio no local. O delegado que confirmou a prisão teria considerado “incitação” as palavras de ordem dirigidas por manifestantes contra o governo Temer e as reformas trabalhistas e previdenciária.

A juíza Marcela Filus Coelho, responsável pelo caso, rejeitou o pedido dos advogados do MTST e manteve os três trabalhadores presos "em nome da ordem pública". Eles foram encaminhados da 63ª Delegacia Policial para o Centro de Detenção Provisória Vila Independência, na Vila Prudente. “Não há nenhuma prova a não ser o relato dos policiais militares. É escandaloso! São os presos políticos da Greve”, disse o MTST em mensagem publicada em sua página no Facebook.

Tanto no Rio quanto em outras cidades, atos do 1º de Maio realizados na segunda-feira, data tradicional na luta mundial dos trabalhadores, foram marcados por críticas à violência policial nas manifestações da greve geral. “O 1º de Maio deste ano teve essa característica também de denúncia da repressão, por ter sido realizado logo após as manifestações da greve geral, duramente reprimidas em alguns estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás”, disse, à reportagem, a professora da UFF Eblin Farage, presidente do Andes-SN, o Sindicato Nacional da categoria. A docente ressaltou que as manifestações do Dia dos Trabalhadores mostraram que a classe não irá se calar na defesa dos direitos ameaçados pelas contrarreformas do governo de Michel Temer.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

foto: Manifestante durante o ato de 1o de Maio no Rio, que ocorreu na Cinelândia
autor: Luiz Fernando Nabuco/Aduff