Greve nacional de 24h é contra as reformas da Previdência, do Trabalho e a ameaça de terceirização generalizada de postos de trabalho em empresas privadas e nos serviços públicos
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho
Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind.
Os professores da Universidade Federal Fluminense aprovaram participar da greve geral de 24 horas convocada para o dia 28 de abril. O movimento é contra as reformas da Previdência, Trabalhista e a lei que permite a terceirização de todos os setores de uma empresa ou órgão público.
A decisão foi tomada, unanimemente, na assembleia geral realizada no final da tarde desta terça-feira (18), no pilotis do bloco O do campus Gragoatá da UFF, em Niterói. No mesmo dia, em Brasília, o governo de Michel Temer (PMDB) articulava apoio da base parlamentar aliada para aprovar a reforma da Previdência. E já sinaliza recuos diante da enorme rejeição popular à proposta que pode por fim ao acesso da maioria dos trabalhadores à aposentadoria. “O que significam esses projetos que querem nos empurrar goela abaixo? É o fim do serviço público - saúde, educação, previdência publica. A perspectiva de tão grandes ataques aos direitos sociais tem gerado grande mobilização entre diferentes setores”, disse Gustavo Gomes, presidente da Aduff-SSind.
Mesmo com eventuais recuos, a greve geral está mantida e terá manifestação unificada das centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, dos movimentos sociais, das frentes políticas e dos sindicatos na Cinelândia ao logo de todo o dia e à noite. “A última greve geral, paralisando os trabalhadores em suas variadas ocupações, aconteceu em 1989”, lembra Marinalva Oliveira, professora da UFF em Volta Redonda. De acordo com a docente, tão grave quanto a PEC 287 é a reforma trabalhista, que provavelmente será apreciada nessa quarta-feira (19), no Legislativo. “Essa reforma altera a legislação, mas também enfraquece a organização sindical, que é um espaço de luta e de resistência”, alertou.
Há uma percepção por parte dos movimentos que se opõem as reformas apresentadas pelo governo federal de que é possível, com a mobilização popular, nas ruas, frear essas propostas que implicam no maior retrocesso em direitos sociais, pelo menos desde a Constituição Federal de 1988.
“A lista do Fachin enfraqueceu o Congresso Nacional”, disse o professor Waldyr de Castro, aposentado e ex-presidente da Aduff ao defender a greve geral. Ele se referia à publicação da nominata dos políticos citados nas delações da Operação Lava Jato - oito ministros do Governo Michel Temer, 29 senadores e 39 deputados federais. “
Durante a assembleia, os professores debateram a importância da participação nessa luta, que pode ser decisiva para a vida das atuais e futuras gerações. "Como transformar indignação em energia ativa para lutar e em solidariedade entre a classe?", perguntou o docente Rafael Vieira, lotado na UFF de Angra dos Reis.
Assembleia Unificada
Haverá nova assembleia na terça-feira (25), em horário e local que será divulgado em breve. Mas, desta vez, a proposta é que seja uma atividade conjunta de toda a comunidade universitária – reunindo professores, técnico-administrativos, trabalhadores terceirizados e estudantes.
A assembleia foi excepcionalmente realizada nos pilotis do bloco O em solidariedade à paralisação dos trabalhadores terceirizados, que não haviam recebido o salário de março. Em virtude da mobilização desses trabalhadores, que atuam na área de vigilância e limpeza da UFF, alguns prédios do campus do Gragoatá, entre eles N, O e P, estão fechados.