Abr
17
2017

Sem salários, trabalhadores terceirizados paralisam atividades na UFF

Funcionários que atuam na área de limpeza e de segurança farão nova assembleia na quarta-feira, 19, para reavaliar a situação; Assembleia Docente está mantida, a partir das 16h, no PILOTIS do BLOCO O.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Reprodução do Facebook

Pouco tempo após a Câmara dos Deputados ter aprovado um Projeto de Lei que autoriza a terceirização de forma irrestrita de uma empresa ou órgão público, mais uma vez a situação dos funcionários da vigilância e da limpeza da Universidade Federal Fluminense explicita a fragilidade desse tipo de relação trabalhista. Sem receber o salário referente a março, trabalhadores contratados pelas empresas Croll e Luso Brasileira decidiram em assembleia realizada hoje, no campus do Gragoatá, paralisar as atividades nos dias 17 e 18 de abril. Nova assembleia está prevista para a quarta-feira (19), ás 12h, na Portaria Central. Funcionário da Luso-Brasileira afirma que, além do salário atrasado, está há dois meses sem receber o valor da alimentação, R$15 – sem aumento desde 2015.

“Um representante da empresa disse que não tem previsão para o nosso pagamento, que só será feito quando a UFF repassar o dinheiro para a terceirizada”, conta. “Já mudei o vencimento do meu cartão de crédito duas vezes, mas não sei mais o que fazer, porque a situação é incerta, é nebulosa”, considera o trabalhador, que atua na UFF há mais de dez anos e tem responsabilidade como pai.  “Nosso salário atrasa, mas o vale transporte está em dia, porque mesmo sem salário, quererem que a gente venha trabalhar”, protesta.

Aviso da direção do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia informa que o Ministério da Educação não repassou os valores necessários para o pagamento às empresas contratadas e, consequentemente, aos trabalhadores. A reportagem da Aduff-SSind entrou em contato com a Pró-Reitoria de Administração – PROAD da UFF, representada pelo Prof. Néliton Ventura, mas ainda não obteve retorno.

De acordo a direção do ICHF, por não ser possível garantir o funcionamento dos blocos com a segurança e a limpeza necessárias, os blocos N, O e P estarão fechados na terça-feira e na quarta-feira, dias 18 e 19.

ASSEMBLEIA GERAL DOS DOCENTES da UFF está mantida: 16h, da terça (18)

A Assembleia Geral dos Docentes da UFF, inicialmente convocada para o auditório do bloco O, irá acontecer nessa terça-feira (18), a partir das 16h. No entanto, em respeito ao movimento dos trabalhadores terceirizados, a Direção do Sindicato está providenciando os recursos necessários para garantir a realização da atividade no Pilotis do Bloco O (Campus do Gragoatá - Niterói).

A avaliação de conjuntura política no país – que envolve a luta contra a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários – e a construção de uma Greve Geral no dia 28 de abril serão temas em pauta dessa assembleia.

Nove centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, conclamam o conjunto das categorias profissionais a paralisarem suas atividades por 24 horas em 28 de abril, realizando um dia de Greve Geral em todo o país. O objetivo dessa ação é demonstrar ao governo federal o descontentamento dos trabalhadores com as propostas de reformas da Previdência e do Trabalho, em trâmite no Legislativo, bem como a recusa da recente aprovação da lei que permite a terceirização irrestrita das atividades laborais.

A convocação de uma greve geral contra a retirada de direitos é uma das deliberações do último congresso do Andes-SN, o Sindicato Nacional da categoria, realizado no início desse ano. A direção da Aduff-SSind defende a greve geral, como uma iniciativa fundamental para luta que tenta barrar as reformas do governo Temer. Mas destaca que a paralisação precisa ser debatida e construída de fato, dentro de cada categoria.