Abr
05
2017

Aduff debate PEC da Previdência e lança cartilha na Faculdade de Educação, no Gragoatá

Somente com unidade será possível deter proposta que torna aposentadoria inalcançável para muitos, diz presidente da Aduff; cartilha será lançada em outras unidades e campi

DA REDAÇÃO DA ADUFF

"O que está em jogo é uma concepção de Estado que retira direitos da Saúde, da Educação e da Previdência, rasgando a Constituição de 1988", disse Gustavo Gomes, presidente da Aduff-SSind, durante atividade na Faculdade de Educação da UFF, em Niterói. Na tarde desta terça-feira (4), diretores do sindicato e assessor jurídico da seção sindical dialogaram com os professores da unidade, no lançamento da cartilha sobre a reforma da Previdência, produzida pela Aduff-SSind.

A publicação está disponibilizada também na página eletrônica da seção sindical. Ela explicita as principais transformações que a PEC 287, que institui a reforma previdenciária, poderá trazer para a vida de todos os trabalhadores. Caso a reforma que hoje está em trâmite na Câmara dos Deputados seja aprovada, as pessoas terão que contribuir para o INSS por pelo menos 49 anos para que se obtenha a aposentadoria sem reduções de valores. O governo propõe diminuir ainda drasticamente a pensão por morte e revogar o direito à aposentadoria integral para os casos de doenças graves, salvo em decorrência de acidentes de trabalho, entre outros pontos.

"O ataque não se restringe aos servidores públicos, mas envolve também trabalhadores da iniciativa privada, do campo e da cidade. Somente com ação unificada poderemos reverter a proposta que, na prática, impedirá que muitos brasileiros tenham acesso à Previdência", disse Gustavo, lembrando que a expectativa de vida não é a mesma em muitas regiões do país. "De acordo com as novas regras, homens e mulheres somente poderão se aposentar com mais de 65 anos. Mas existem estudos que revelam que até mesmo em municípios da região Sudeste, no Estado de São Paulo, por exemplo, a expectativa de vida não ultrapassa essa idade", considerou o presidente do Sindicato.

O professor José Rodrigues também criticou a PEC 287 e disse que a população não tem que travar o debate a partir do argumento apresentado pelo governo que a Previdência é deficitária. "A questão não é contábil! Aposentadoria é um direito, assim como Saúde e Educação", disse o docente.

Lançamento da Cartilha acontece em outras unidades da UFF

A direção da Aduff-SSind organizou, a partir da disponibilidade das unidades, um calendário de visitas para promover roda de conversa temática e apresentar a cartilha sobre a reforma da Previdência. Na quarta-feira (5), às 14h, dirigentes do sindicato estarão no Departamento de Psicologia. Em Campos dos Goytacazes, o debate acontece também na quarta-feira (5) às 18h, no auditório da UFF; em Rio das Ostras, será na quinta-feira (6), às 15h. Assim que sejam marcadas outras atividades, o sindicato as divulgará em sua página na internet e nas redes sociais.

Plenária com Maria Lúcia Fatorelli

A Aduff convida para a plenária que irá discutir a PEC 287. O evento acontece no próximo dia 6 de abril, às 18h, no auditório do Bloco O (campus do Gragoatá), e contará com a participação da pesquisadora Maria Lúcia Fatorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida.

Na ocasião, devem ser expostos os argumentos que desmontam o discurso de que a Previdência Social brasileira é deficitária. O evento está sendo convocado pela Aduff; pelo Sindicato do Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff); Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST); Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões; Sepe Niterói e Sindicato de Vigilantes de Niterói, São Gonçalo e regiões (SVNIT) e Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Lançamento da cartilha da Aduff na Faculdade de Educação teve debate sobre impacto das possíveis mudanças – crédito: Luiz Fernando Nabuco